segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pânico 4

Acabei de sair do cinema. Quase perco a sessão, cheguei no meio dos trailers... mal consegui escolher o lugar de sentar - o cinema já estava escuro. Depois de um trailer e meio começou o filme.

Eu era adolescente nos anos 90 e posso dizer que sou da "geração Pânico". Como sempre gostei de filmes de terror, claro que me deliciei, quando adolescente, com os clássicos dos anos 70 e 80, mas... sem sombra de dúvidas, o melhor filme feito na minha época de adolescente foi Pânico. Diferente, engraçado, surpreendente. Foi o primeiro filme de assassino maluco que realmente chamou minha atenção e me fez perceber que são eles os que mais temo. Era (e continuo sendo) fissurada por vampiros (não os que brilham na luz, ok), monstros, zumbis, fantasmas e personagens fantásticos. Mas a ideia de um maluco (ou malucos) que andam por ai e passam despercebidos me assusta muito mais.
Esses dias foi notícia de jornal o horrível massacre de adolescentes em uma escola no Rio de Janeiro. O assassino? Um maluco. Viu como eles existem! Segundo alguns sobreviventes, enquanto ele atirava, ele sorria. Há pouco tempo atrás uma notícia me deixou muito chocada. Não deu tanta repercussão como o caso da escola do Rio, mas em São Paulo, mesmo depois de ter roubado um jovem enquanto este estava chegando em casa (em um condomínio de apartamentos), o bandido volta e dá um tiro na cabeça da vítima. Pra quê? O garoto já tinha entregado tudo. O garoto já estava assustado. Mas não, o maluco precisava voltar, mirar e atirar. E tudo foi gravado pelas câmeras de segurança do tal prédio e, claro, estão na internet pra todos verem.

Pânico 4 fala um pouco disso: de malucos e de vídeos gravados e divulgados pela internet.

Quando o primeiro filme da franquia estreou em 1996, celular era uma coisa rara. Internet também. Os tempos eram outros. As razões eram outras. Mas os malucos estavam lá, afinal, já existiam.

Depois de uma queda ladeira abaixo, parece que Pânico voltou com tudo. Wes Craven (pai do meu tão querido Freddy Krugger e também de Pânico) foi bastante feliz com essa nova empreitada. Eu, particularmente gosto de Pânico 2, mas é, sem dúvida, mais fraco que o primeiro e o terceiro é o mais fraco de todos. Mas então chega essa quarta parte e... ual! Confesso que sai bem feliz do cinema.

Pois é, isso mesmo. Estou aqui pra elogiar Pânico 4!

Já comento que meu texto poderá ter alguns pequenos spoilers. Ou seja, se você ainda não viu o filme,  corra ao cinema e pegue a sessão mais imediata! Ou continue lendo por sua conta e risco.


O filme começa relendo o próprio filme. Vemos cenas de "Stab #" que sacaneam a própria franquia, dando o tão gostoso ar de comédia desse filme. Mas eles não apresentam isso ai pra gente de cara... muitos (como eu) podem pensar que se trata realmente do começo do filme. Mas ai aparece o nome do filme... Mais uma vez, você vê outra sequência inicial com Anna Paquin (de True Blood, x-men e que recebeu o Oscar por "O Pianista") e ai você se pergunta se será mais uma cena de "Stab", já que não viu seu nome nem sua foto no cartaz do filme. E sim, é! E é muito boa, por sinal. Depois de algumas risadas, mais uma sequência inicial com duas garotas que são mortas pelo cara mascarado. E então, o título que aparece não é mais "Stab", mas "Scream". Sabemos que sim, este é o começo do filme.

15 anos se passaram desde o primeiro massacre e Sidney Prescott volta a sua cidade natal para promover o lançamento de seu livro. Depois de tudo que passou e de sua luta para sobreviver e vencer os traumas, ela vira autora de um super livro de auto-ajuda ("Out of darkness").  Sua assistente tinha marcado a tarde de autógrafos em Woodsboro exatamente no dia do aniversário do massacre (pensando em lucro, claro). Só que Sidney terá que se encontrar mais uma vez com o maluco mascarado (ou malucos mascarados). Só que desta vez ele não está só atrás dela, mas de sua família. Ela tem uma prima adolescente e, desta vez, o foco dos assassinatos está sobre ela, Jill.
As duas garotas mortas na noite anterior (cena de abertura do filme) eram suas amigas... e, na manhã do tal aniversário ela e mais uma amiga recebem a fatídica ligação do tal assassino.


Coloque nesse bolo o fato de que o xerife da cidade é Dewey, o policial meio atrapalhado dos filmes anteriores que agora é casado com Gale, a jornalista que escreve o livro sobre o massacre que gera as versões de "Stab". Os dois vivem uma crise de casal... depois de dez anos de casados e de Gale ter abandonado sua carreira de jornalista, ela está frustrada. Não consegue mais escrever e se sente sem rumo na vida, até que a nova onda de crimes volta a acontecer.  Isso parece uma luz para ela que vê na motivação para descobrir o assassino (ou assassinos) uma razão para ir à luta.


Dessa vez o mascarado está menos estabanado (se bem que Sidney consegue dar vários chutes e derrubá-lo de escadas várias vezes) e muito mais sangrento. A produção deve ter sacado que, depois de "Jogos Mortais" e "O Albergue" a moçada gosta de ver sangue. Mas calma... não tem tanto sangue assim! Digo que é mais sangrento se comparado aos três primeiros filmes. Acontecem mais mortes e algumas são bem interessantes, inclusive.

O filme trabalha com a febre do momento: a internet, os blogs, as redes de relacionamentos, o youtube. Dessa vez o assassino não quer só matar as vítimas, mas filmar tudo e publicar na rede pro mundo todo ver. Quer ser imortalizado. Quer ser famoso. Quer ter fãs. A busca incessante por fama na rede faz com que muitos jovens fazem de tudo para consegui-la. E isso pode ser perigoso.


Também vemos várias conversas sobre filmes de terror, sobre o próprio filme e sobre as continuações e remakes. Wes Craven foi bastante feliz nisso, na minha opinião. Critica a indústria do cinema americano que só pensa em refilmar sucessos do cinema oriental (e europeu, visto o incrível "Deixa ela entrar", sueco, que ganhou uma refilmagem americana boa mas desnecessária). No clube de cinema do colégio eles discutem não mais só as sequências (como em Pânico 2, por exemplo), mas os tais remakes. E concluem que o assassino não está fazendo uma continuação, mas um remake. Só que agora, com novas regras. Se é um remake, as coisas começam do mesmo modo... a história parece a mesma... Duas garotas... uma outra... depois uma festa com massacre... Mas a partir daí as coisas começam a mudar, afinal de contas, o novo diretor também precisa mostrar seu talento.

O filme tem alguns defeito... sim, mas eles são perdoáveis. Pra mim, uma das coisas mais absurdas nesse tipo de filme é o como parece fácil dar uma facada em alguém... A faca tem que ser MUITO boa. Tem uma cena, por exemplo, em que um personagem leva uma facada na cabeça, bem no meio da testa! Tem osso!!! Parece tão fácil... quase como se o assassino estivesse enfiando a faca em um travesseiro.
Além disso o assassino sempre parece maior que os personagens quando eles são descobertos - isso nos três anteriores também! Parecem maiores e mais fortes! Talvez seja uma super força do além que surge quando eles vestem a tal roupa! rs

Mas os pequenos defeitos não diminuem a graça do filme. Atuações boas (além do trio dos anteriores - Neve Campbell, David Arquette e Courteney Cox)  como a da jovem Emma Roberts como Jill (a prima de Sidney) e de Hayden Panettiere (a Claire de "Heroes") como Kirby, um personagem super legal, que dá um ritmo ótimo ao filme.

Mais uma vez o final surpreende. Pelo menos a mim surpreendeu! E gostei bastante! Coerente e, ao mesmo tempo, assustador. Do tipo que eu morro de medo, com malucos bem malucos!

Vale a pena ver o filme pelo roteiro, pelas atuações, pelos sustos, pelas risadas, pelo assunto abordado, pelas mortes (apesar de nem todas serem tão incríveis - vale o destaque para a morte no quarto... a do closet como bem legal e a da garagem como a mais boboca! Ah, eles podiam ter feito algo mais emocionante lá! Bom... mas pelo menos saíram do óbvio em cenas de mortes em estacionamentos... É tão simples que deixa de ser cliché! rs).

Além disso, tem uma fala no fim do filme que eu, particularmente, achei sensacional!!!!! Sobre remakes!
Não vou dizer qual é! Se você viu o filme sabe do que estou falando, se ainda não viu, quando ver, entenderá! Só digo que concordo plenamente!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Devil

Esses dias eu vi o filme "Devil" (Demônio), dirigido por John Erick Dowdie, com roteiro de Brian Nelson (inspirado em uma história escrita por M. Night Shyamalan).


O filme conta a história de cinco pessoas que ficam presas em um elevador de um arranha céu comercial. Estar preso em um elevador com desconhecidos já seria algo extremamente complicado, até bem difícil e assustador para alguns, mas nesse caso a coisa é bem pior. Coisas estranhas começam a acontecer e alguém ali dentro não é quem diz ser. Quem é o responsável por tudo?

Ok... a história é basicamente essa.
Claro que uma história pensada por Shyamalan vai ter alguma coisa sobrenatural... Mas ele, há tempos (pelo menos na minha humilde opinião) não fez nada sensacional. Depois do fenomenal "Sexto Sentido" até vieram alguns filmes bons - eu gosto muito de "Corpo Fechado", "Sinais" e "A Vila" (e só... e olhe lá!) - mas os outros são de dar dó!
O fato é que, pra mim, essa história é genial! Sim, essa de "Devil". Mas, calma! Eu não disse que o filme é. Pelo contrário. O filme é sem graça e com atuações medíocres. Essa é uma história que, se bem trabalhada (culpa do roteirista) poderia ter rendido um filme surpreendente. Se Brian Nelson tivesse omitido o "demônio" do título e de certas imagens "bizonhas" do meio, poderia ter nos conduzido a um enigma: os acontecimentos eram fruto de um maluco ou de forças sobrenaturais? As crendices do funcionário da segurança até ajudariam para nos fazer pensar em forças demoníacas... mas a razão dos outros poderia nos mostrar que tudo era fruto de um maluco psicopata. Seria muito mais legal. Ainda mais se o roteiro nos levasse a realmente acreditar na hipótese do maluco.
(um certo spoiler vem pela frente)
O final com a coincidência - a ligação entre um dos presos no elevador com o policial - poderia ter um gostinho de "noooossa!!!" se esse mistério do demônio não fosse escancarado desde o início. Faria muito mais sentido a ideia do perdão, de aceitar que forças demoníacas existem (e se o Demônio existe, Deus também existe), sobretudo pra ele.


Fora esse problema do roteiro ruim, algumas cenas são bobas demais. Há uma em que o segurança crente quer mostrar que é o demônio porque coisas ruins acontecem... e ele usa o exemplo de uma torrada que cai no chão do lado da manteiga! Afe!
Além disso, alguns personagens são apresentados de modo vago... algumas informações sobre eles são jogadas e não servem pra nada...

Ah, o suicídio do início do filme é absolutamente esquecido... nem parece que aconteceu. Então eu penso: pra que ter?

O filme é bom? Não.
Vale a pena ver: depende!
Se você estiver de bobeira até vale. São só 80 minutos.
Se você gosta de boas histórias veja... Mas saiba que foi uma ótima história "queimada". (Poxa, porque não fui eu que fiz o roteiro?? hahahahahahahahaha)

Ouvi dizer que algumas pessoas gostaram do filme e que outras não. Alguns disseram que ficaram presos  à trama. Eu fiquei, confesso... mas, provavelmente porque gostei muito da história.

Ou seja. É ruim mas é bom!
Vale a pipoca!