quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A maldição da libélula

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Esses dias estava em casa a toa e ia começar a passar na tv o filme “A maldição da libélula”, como li o nome de relance pensei se tratar de “O mistério da Libélula”, um filme de amor bonitinho que já tinha visto há muito tempo e pensei: vou rever! Mas ai o filme começou e... bem, não era bem o filme que eu pensei que fosse. Cliquei rapidamente em “informações” e vi que era um filme de terror. Como gosto muito do gênero resolvi ver. Nunca tinha ouvido falar desse filme antes e não fazia a menor ideia (além das poucas informações que apareciam na tv) do que esperar.
O filme é uma espécie de “Jumanji” de terror! Isso mesmo, aquele filme dos anos 90 com o Robin Willians que muita gente já viu e muita gente (como eu) adora! Mas a comparação fica só no fato de nos dois filmes terem um jogo e as coisas que aparecem nas jogadas realmente acontecerem.


Em “A maldição da libélula”, que originalmente chama “Open graves” (e também achei como “Jogo macabro”) há a fórmula manjada dos filmes (fracos) de terror voltados para o público jovem (e idiota): jovens sarados, mulheres gostosas seminuas, muita bebida, sexo e estupidez. Os personagens são mostrados de modo raso e por isso não há identificação com eles.
Pelo jeito não gostei do filme não é mesmo? Pois é, não! A única coisa boa que ele me trouxe foi a vontade de querer escrever novamente aqui no blog – que já estava abandonado há mais de um ano.

O filme se passa em uma das praias do noroeste da Espanha. O personagem central é Jason, que está apaixonado por uma menina misteriosa chamada Erica (como os personagens são todos rasos, não sabermos muito sobre Erica não parece nada demais). Ele tem um amigo que faz fotos sensuais de garotas – e é um galinha, porque tira vantagem dizendo ter “traçado” todas as belas que fotografou (visão machista e preconceituosa dos fotógrafos e das modelos), inclusive tem duas garotas que ele pega que fazem parte do grupo – outra coisa que fica superficial no roteiro. No grupo também tem o Tomás, que sabemos quase nada e fica meio claro que ele existe só pra ter mais um cara pra morrer.


Esses seis “amigos” estão na casa de Jason depois de uma balada e resolvem jogar “Mamba”, um jogo que Jason ganhou de um cara estranho de uma loja(?) ainda mais estranha que ele entrou sei lá por que. O cara da loja foi extremamente estúpido com ele e no final dá um “presente”. Nem um pouco suspeito, não é mesmo? Ah, detalhe: o cara estava em uma cadeira de rodas e não tinha as pernas.

O tal jogo vinha com um “manual de instruções” que, além de ensinar as regras, contava que tinha sido feito com a pele de uma bruxa que tinha sido esfolada viva na época da inquisição espanhola (no final do século XV). O “manual” prometia ao vencedor a realização de um desejo.

Céticos, eles resolvem jogar por diversão (além disso, vai que realmente o vencedor realiza o desejo, não é mesmo?) Só que conforme o jogo foi transcorrendo, e conforme as cartas foram tiradas, eles iam morrendo.


Ah, estava me esquecendo de um policial que aparece no começo e em outros momentos do filme para dar um ar de “CSI” ou até mesmo para copiar “Jogos mortais”, que também tem investigadores. Mas esse personagem também é raso e não chega a resolver nada.

A ideia geral do filme pode até ser legal, mas o roteiro é sofrível. Além disso os efeitos especiais são toscos, mas não aquele tosco bacana dos filmes antigos, mas bem ruim mesmo.
O final é péssimo...

Ah, cansei de escrever sobre esse filme. Mas que fique a fica: fique longe dele! (ou então assista por sua conta e risco, depois não reclama de ter perdido duas horas da sua vida!)

Mama

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Mama é um filme de Andrés Muschietti,  produzido por Guillermo Del Toro. Muitos até achavam que era dele e por isso foram ver. Del Toro viu o curta metragem “Mama”, criado por Muschietti e adorou. Do sucesso do curta é que veio a ideia de transformá-lo em um longa.
Diferente do curta, que o diretor usa atores espanhóis (como ele), no longa o elenco principal é composto pela talentosíssima atriz americana Jessica Chastain (indicada ao Oscar por “Histórias Cruzadas” e que também brilhou em “A árvore da vida”, “A hora mais escura” entre outros), pelo dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau, mais conhecido por interpretar Jaime Lenister em “Game of thrones” e as garotinhas Megan Charpentier e Isabelle Nelisse (respectivamente Victoria e Lilly). A americana Megan tem no currículo (outros filmes sombrios, como “Residente Evil 5”, “A garota da capa vermelha” e “Garota infernal”) e a francesinha Isabelle, até onde eu sei, só fez esse filme (por enquanto).


Mama, como já comentei, nasceu um curta metragem – que é muito bom por sinal. Nele a história não era muito clara, só que tinha uma “mamá” que assutava duas menininhas. No longa, Muschietti aproveita para contar detalhes de quem é essa “mamá” e de quem são essas garotas.

Esse é o curta:
 

Um resumo do roteiro do filme: o pai de Victoria e Lilly mata a mãe das garotas e as crianças fogem assustadas para a floresta. Durante anos ninguém tem notícia do paradeiro delas (até se pensava que tinham morrido), mas então elas reaparecem, sem explicar como tinham sobrevivido todo esse tempo sozinhas (sozinhas?). A única família que elas ainda tinham eram os tios Lucas e Annabel. Apesar de todas as dificuldades aparentes (as meninas mais pareciam animais selvagens), eles ficam com elas. Um psiquiatra tenta cuidar delas, para pesquisar os efeitos que o tempo e o modo de vida que elas tiveram causou em suas mentes. Logo todos percebem que há algo errado. As meninas conversam frequentemente com uma espécie de entidade invisível que chamam de “Mama”, a mesma entidade sobrenatural que cuidou delas na floresta.
Coisas muito estranhas começam a acontecer e então vamos realmente conhecer a tal “Mama”.


O filme tem uma fotografia linda e penso que isso pode ter um dedinho de Del Toro – já que achei o visual bem parecido com alguns de seus filmes. O suspense da trama consegue cativar e o diretor consegue, em alguns momentos, nos deixar bem presos à trama e até nos dá alguns bons sustos.
Os atores são ótimos e preciso destacar as duas garotinhas que conseguem nos despertar os mais diversos sentimentos. Outro destaque é para os personagens. Ultimamente os personagens que aparecem em filmes de terror são uns idiotas ou então são apresentados de modo tão raso que não há identificação. Isso não acontece em Mama.

Outra coisa interessante sobre o filme é que Mama, na verdade, é interpretada por um homem: Javier Botet (que também fez os filmes “Rec”). O corpo dele é que faz aquelas contorções estranhas – e não efeitos de computador!
Mas (e para alguns pode parecer uma absurdo esse “mas”) confesso ter gostado mais do curta do que do longa.  Não gostei da explicação para quem é a “mama” e já alerto que não gostei do final. Se é um bom filme? Sim, mas não é ótimo. Também pode ser que eu tenha criado muitas expectativas e isso não é bom. Achei um filme bonito, mas não muito assustador. Um filme mais triste do que assustador.