quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Bruxa de Blair 2

Hoje, por acaso assisti "A bruxa de Blair 2: o livro das sombras". Ainda não tinha visto esse filme.
Vi o original na época em que foi lançado e, como não tinha acesso à internet (morava numa cidade pequena e não tinha muito dinheiro - já existia por lá mas era bem caro) realmente acreditei que aquelas imagens pudessem ser reais.
Cresci ouvindo histórias de fantasmas, bruxas e lobisomens e não duvidava desse tipo de coisa.

O filme original em si não me causou medo. O que me causou certo desconforto foi a ideia. Quando descobri que fui enganada, passei a achar o filme ainda mais besta. Tão besta que decidi não ver as continuações. Mas hoje, muitos anos depois, liguei a TV e estava começando a continuação e senti curiosidade de ver.
Bom, primeiro fiquei feliz porque não seria mais um falso documentário (não sabia que não era) e, com algumas ressalvas, gostei do filme.
Pois é, foi uma boa surpresa.


O filme parte da febre que virou "A bruxa de blair"- e isso não é ficção. Realmente aquela região em que foi rodado o filme virou uma espécie de meca de fãs do gênero e de malucos de várias partes do mundo. E eu acho que esse é um ponto muito interessante do filme.

Um rapaz da cidade resolve ganhar dinheiro com isso e cria uma espécie de pacote turístico para levar pessoas para conhecer o local das filmagens e tentar "caçar" a famosa bruxa. era a primeira turma que Jeff levava até lá e, é claro que coisas estranhas aconteceram.


O grupo era formado por uma jovem que se dizia bruxa, uma garota gótica, um pesquisador e sua namorada grávida, além de Jeff, o "guia". Eles vão para a floresta cheios de câmeras de última geração para captar todos os momentos. Mas à noite, todos dormem. Quando acordam pela manhã o cenário está todo destruído, câmeras estão quebradas e a moça grávida está perdendo o bebê. Saem da floresta, vão até o hospital, mas depois ficam um tempo na casa de Jeff e é por lá que as coisas mais estranhas começam a acontecer.


O filme traz algumas discussões muito interessantes como, por exemplo, a histeria coletiva - que era o tema da pesquisa de Stephen. O medo é contagioso, a paranóia é contagiosa! Além disso discute o que é verdade e o que é mentira. As câmeras mostram uma coisa verdadeira ou as imagens foram manipuladas pela bruxa? Ou será que as câmeras mostram a verdade e são eles que resolveram esquecer de tudo... Ou será que foi a bruxa?
Será que eles viram aquilo que queriam ver? Será que não foi tudo uma grande alucinação? Por exemplo, nas cenas em que Kim está conversando com o policial ela não tem nenhuma marca no ombro... Se elas realmente tivessem existido, estariam ali! E a ponte? Eles enxergam que a ponte quebrou, mas ela está inteira quando são levados pela polícia... A van a mesma coisa. Ela está inteira, não há nem o amassado da batida na árvore (quando Kim está voltando do mercado).

A última fala do filme é "é tudo mentira". Curioso! Sobretudo se levarmos em consideração a grande mentira que foi o primeiro filme. Será que não é uma espécie de crítica à sociedade que acredita muito facilmente nas coisas que vê na tv e na internet? Será que não é uma crítica ao poder que filmes de violência podem gerar?


O filme em si não é lá grandes coisas. Os atores são medíocres, a fotografia poderia ser melhor, a edição é meio tosca. Mas ainda assim acho que vale a pena ver, sobretudo por conta da reflexão.

Não é um filme repleto de sangue, sustos ou que dá medo... a não ser que a gente pense no quanto a gente pode ser manipulado pela mídia... no quanto que a gente pode enlouquecer! Será que a bruxa existe ou será que a bruxa é o terceiro poder???