sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Saw - Jogos Mortais, a série.

Em 2003, James Wan e Leigh Whannel lançaram um curta metragem de 9 minutos chamado SAW. Esse curta serviu para apresentar a ideia aos estúdios de cinema. O tal curta mostra um cara (David) participando do jogo da armadilha de urso invertida. A chave para se livrar dela estava no estômago de um cara desacordado que estava no chão da sala. Ele consegue arrancar a chave lá de dentro e escapa da morte por um triz.

(Aqui está o curta, pra quem nunca viu)



Os dois rodaram por estúdios mostrando o tal curta para tentar rodar o projeto. Conseguiram arrecadar pouco mais de um milhão de dólares (o que é bem pouco pra produção de um filme de longa metragem), e lançaram o filme de modo independente.
O filme foi gravado em apenas 18 dias e estreou no dia 19/01/2004 no Festival de Sundance (um dos mais importantes festivais de cinema independente do mundo, que acontece todos os anos em janeiro).
O filme foi o maior sucesso de bilheteria! (se pensarmos no quanto ele custou). O filme faturou 103 milhões de dólares (e custou 1,2 milhão).
Aqui no Brasil o filme chegou pela Paris Filmes no Halloween de 2004 (estreou dia 29/10). Aqui, quase 400 mil pessoas pagaram ingressos para vê-lo na telona (fora as muitas pessoas que viram o filme apenas pelo computador ou DVD).
Claro que, por conta de todo o sucesso do primeiro filme, não foi difícil conseguir financiamento para o segundo, (que teve orçamento de 4 milhões de dólares, ainda baixo e ainda muito lucrativo, já que faturou quase 150 milhões de dólares), que foi lançado no ano seguinte. Leigh Whannel continuou no projeto, mas sem James Wan. A direção ficou com Darren Lynn. Wan voltou a participar como roteirista no terceiro, de 2006. Esse terceiro saiu bem mais caro (12 milhões), e o lucro foi maior que o segundo (USD 164.800.000), porém a porcentagem de lucro já estava caindo (mas ainda era um projeto muito lucrativo). Não a toa, em 2007 já estavam lançando o quarto filme.
A dupla original (Wen e Whannel) não fizeram parte do projeto. Darren Lynn continuou na direção, mas o roteiro foi escrito por outras pessoas: Patrick Melton e Marcus Dunstan (que até então, até onde achei no IMDB, só tinham feito (juntos também) o roteiro de um filme trash chamado “Feast”, que saiu aqui no Brasil como “Banquete no inferno” -  não vi esse filme) e Thomas H. Felton (que já havia feito alguns papéis como ator na TV e no cinema sem grande destaque). Ou seja, a coisa podia dar muito errado. Não é que eu não ache que o fato deles serem pessoas iniciantes é um problema, mas continuar a série sem nenhum dos criadores originais, sim.
O quarto filme custou um pouco mais barato que o terceiro (10 milhões), mas faturou menos (pouco menos de 140 milhões) Apesar do lucro ter caído, Saw ainda era um produto muito lucrativo. Não a toa, em 2008, mais um filme foi lançado, o quinto. A quinta produção contou com a direção de David Hackl (que foi designer de produção de Saw II, III e IV – únicas coisas que tem no seu currículo no IMDB) e roteiro de Marcus Dunstan e Patric Melton (que estavam na equipe do filme de 2007). O quinto filme custou praticamente o mesmo que o quarto, mas o faturamento foi ainda menor, USD 113.864.059.
No ano seguinte, para “manter a tradição”, mais um “Saw” lançado para o Halloween. Mais uma vez o roteiro ficou com a dupla Dubstan e Melton. A direção foi pra mão de Kevin Greutert (que tinha sido o editor de todos os filmes anteriores). Esse filme foi ainda pior que os outros se levarmos em consideração a receita obtida: pouco mais de 68 milhões de dólares, para um filme com orçamento de 11 milhões. Apesar da “queda livre” dos lucros, ainda era algo lucrativo.
Em 2010 a franquia chegaria ao fim com “Saw 3D – the final chapter”. A direção mais uma vez ficou nas mãos de Kevin Greutert e o roteiro com a dupla Dunstan e Melton. Esse foi o mais caro filme da série, provavelmente por conter a tecnologia 3D (que no fim, me pareceu absolutamente desnecessária). O faturamento aumentou em relação aos últimos filmes da série, ainda assim, não foi o mais lucrativo da franquia, ficando em pouco mais de 136 milhões de dólares.
Apesar de muitos altos e baixos, posso dizer que Saw se tornou um ícone do cinema de terror.
A partir de 2004 começamos a ver várias outras produções de terror “gore” nos cinemas, certamente por influência da série.

Em 2010, escrevi aqui no blog um texto sobre a série.
LINK DO POST AQUI!
Ainda não tinha visto o sétimo e último filme e, na ocasião, tinha dito que voltaria ao blog para escrever sobre ele e para fazer minhas considerações finais.

Também pretendia contar toda a história de modo cronológico, sem seguir necessariamente a ordem dos filmes, mas dos acontecimentos e apresentar os furos e erros de continuação do roteiro como um todo. Acho que pra fazer essa parte teria que rever todos eles e fazer minhas anotações (pq confesso que já não me lembro mais dos detalhes). Em 2010, antes de ver Saw 3D eu fiz uma maratona dos seis filmes e tinha feito tais anotações, mas elas se perderam nesse tempo.

5 anos depois do fim, volto aqui (motivada por uma lembrança do Facebook) para ao menos falar minha opinião sobre o fim – depois de tê-lo revisto. Só tinha visto no cinema (a versão 3D, ao lado de dois rapazes de uns 20 anos de um lado e um casal de namorados de uns 20 e poucos do outro. Ainda me lembro da reação dessas 4 pessoas ao filme... da cara de nojo da moça ao me ver comer calmamente minha pipoca enquanto as cenas se passavam, ao me ouvir rir em alguns momentos e não fechar os olhos em nenhum. Fazer o quê se eu realmente gosto de filmes de terror – inclusive dos gore?! Enfim, hoje revi o filme (arrumei um tempinho – raro agora que sou mãe de um bebê de quase 1 ano).

Eu gostei sim do sétimo filme, muito mais do mesmo, mas realmente acho que não tinha como ser diferente. Gostei de como acabou. Nos deixou a dúvida se as mortes continuaram ou não... Por ex, o jogo do começo não estava (até onde pude perceber) nos projetos de John. Seria uma continuação dos jogos pelos seus seguidores? Seria um “gran finale” pensado por John, por isso ser em público, em frente de uma grande plateia (que não conseguia impedir nada). Enfim, não sei. Mas gosto de pensar nessa segunda hipótese (que isso, de ser em público, tinha sido uma ideia que John comentou com Dr Gordon e ele resolveu pôr em prática, com auxílio daquelas outras pessoas, para (de certa forma), homenagear John Kramer. Penso que isso pode se relacionar ao cartaz principal do filme, que mostra uma estátua dele (imensa) sendo erguida no meio da cidade.
Claro que não gostei de tudo: fiquei meio chateada com a morte de todos aqueles policiais. Mas gostei bastante, por exemplo, de ver Hoffman (ele sim um vilão típico, malvado por natureza) sendo trancado no banheiro (do primeiro Saw) por Dr Gordon – que, pelo jeito, realmente acreditava nas razões de John e em toda aquela história de reabilitação e redenção (que tanto comentei no outro post).



O fato é que também já foi divulgado na mídia que o tal “final chapter” não será realmente um capítulo final. A dupla que criou a ideia original (James Wan e Leigh Whannell), depois de ter conseguido ganhar seu espaço no cinema (eles tinham muito medo de ficarem conhecidos como “os caras dos jogos mortais”), eles decidiram voltar! Só pra comentar, James Wan foi o diretor do ótimo “Invocação do Mal” e do também muito bom “Sobrenatural” (que tem o roteiro de Leigh Whannell). Wan também dirigiu depois de “Saw” alguns outros filmes como “Sentença de morte”, “Gritos Mortais” e “Velozes e furiosos 7”. Além disso está dirigindo alguns filmes previstos para serem lançados ano que vem: “Robotech” (filme de ação e ficção científica), “Invocação do Mal 2” e “Aquaman”. Já Leigh Whannell se lançou como diretor esse ano com “Sobrenatural: a origem” (que eu ainda não vi). Como roteirista, depois de “Jogos Mortais”, escreveu (como já comentei) “Sobrenatual” (e também o “2” e “a origem”), “Gritos Mortais” (dirigido por Wan) e “Cooties” (que também é de terror, mas eu não vi).
Parece que para o próximo filme John Kramer estará de volta (já que, pelo que parece, o ator Tobin Bell está no elenco). Mas sei lá se essa informação são apenas rumores ou fatos concretos. “Saw 8” aparece no IMDB... Mas até agora não achei nada concreto sobre gravações ou algo do gênero na internet. Pelo jeito, se realmente for rolar, deverá ser filmado em poucos dias, como os outros, e as gravações só começarão ano que vem.

Que venha!
E tomara que, depois de terem outras experiências no cinema de terror, essa dupla mega criativa (afinal, vamos combinar, que antes de “Saw” ser lançado em 2004 estávamos com filmes bem do gênero ruinzinhos), consiga reviver Jigsaw e nos deixar arrepiados na poltrona do cinema!