Já faz um tempo que vi esses filmes, mas só agora tive um tempinho pra vir até aqui escrever alguma coisa sobre eles.
Para quem ainda não viu e não sabe nada a respeito, "Deixa ela entrar" (Lat den rätte komma in) é um filme sueco de 2008 que chegou por aqui na Mostra Internacional de Cinema e "Deixe-me entrar (Let me in) é uma refilmagem da mesma história feito por americanos em 2010.
Gosto muito dos dois filmes, mas é evidente que o segundo é desnecessário. Como o próprio diretor do filme sueco disse, bem que os americanos poderiam se contentar em ler as legendas!
O motivo do meu comentário é que os dois são praticamente iguais. Sei que ambos foram feitos a partir de uma mesma história, o best seller escrito em 2004 por Johj Ajvide, que também assina no roteiro da versão original (e colabora para a versão americana), mas bem que o segundo poderia ter sido um pouco diferente... (ou não existente! rs).
Trata-se de uma história de vampiros, ou melhor, do envolvimento de uma vampira com um garoto comum. Opa! Isso parece Crepúsculo!!! Calma! Gostaria de enfatizar que a semelhança termina por ai. Nesse filme os vampiros são seres que precisam de sangue humano, não podem ser expostos à luz do sol e precisam ser convidados para entrar nos lugares. Ou seja, a boa e velha tradição vampiresca! Nada daqueles vampiros vegetarianos que brilham ao sol.
O menino Oskar (Owen na versão americana), de 12 anos, vive com sua mãe divorciada em um conjunto simples de apartamentos no suburbio de Estocolmo. Ele é muito sozinho e sofre com a perseguição de alguns garotos metidos a valentões da escola. Em sua solidão, imagina-se agredindo seus agressores com uma faca, numa espécie de válvula de escape. Evita falar sobre isso com a mãe e, sempre que aparece machucado (por causa dos meninos) inventa histórias, para não admitir que é uma vítima. Acontece que chega no conjunto onde ele mora uma menina um pouco estranha, a pequena Eli (Abby na versão americana). Eles acabam ficando amigos, já que os dois tem problemas... e são solitários. A doce garota é na verdade uma vampira que precisa de sangue pra sobreviver. Ela vive com um homem que a protege. Ele não é um vampiro, mas sai em busca de sangue para levar a ela. Acontece que ele já não está tão em forma e se atrapalha para conseguir o que precisa, obrigando a menina a ter que resolver seu problema sozinha.
Bom, se contar mais acabo entregando a história! E não é essa a intenção. Acredito realmente que "Deixa ela entrar" deva ser visto por todos aqueles que gostem de cinema fantástico, histórias de vampiros ou simplesmente bons filmes que falem de amor e amizade.
Algo que me chama muito a atenção é a montagem dos filmes. No original, as cores são frias, combinando com o clima frio das cenas, tão cheias de neve. Não há muitos efeitos especiais e as coisas acontecem tão poeticamente (sobretudo a trilha sonora) que nem achamos ruim, pelo contrário... nem é necessário. Os atores escolhidos para os papais principais, os dois adolescentes, são ótimos! Além disso caem como uma luva para a história: Oskar, lorinho, com carinha de anjo... fraco e até mesmo com um rosto meio feminino. Eli, morena, com olhos grandes e traços fortes e masculinos.
Na versão americana, as cores são mais avermelhadas - apesar da história também se passar no frio, com muita neve. O menino Owen também tem uma carinha de frágil, mas a menina também tem. Abby é tão lindinha que dá vontade de abraçá-la... mesmo quando está toda suja de sangue. Acho que isso tira um pouco das "entrelinhas" do filme original (nas duas versões, em um determinado momento, ela diz ao menino que "não é uma garota"... claro que muitos pensam: claro que não, ela é uma vampira! Mas na versão origal há mais do que isso!).
Em uma época em que tanto se fala de bullyng, esse é um filme que mostra a revanche do zuado! O garoto franzino que é sacaneado pelos mais fortes, zuado e humilhado, resolve mudar as coisas e se vingar. Em uma cena (nos dois filmes) a menina diz que ele precisa revidar, que enquanto ele não revidar, os garotos não pararão de atormentá-lo. Que ele precisa enfrentá-los para impor respeito... e que se não der certo, ela o ajudará.
Mais do que um filme de vampiros, é portanto uma história de um garoto triste. É a história de uma amizade que vai além de preconceitos. Os dois são diferentes. Os dois são excluídos. Não há nessa história o glamour dos vampiros tradicionais, mas mostra a dificuldade de ser diferente em um mundo em que todos querem ser iguais. Em um determinado momento quando Eli (Abby) pergunta a Oskar (Owen) se ele ficaria com ela mesmo que ela não fosse uma garota, ele diz que sim. Ele não está envolvido pela garota, mas pela pessoa que ela é.
Vejam, comentem.
Não sou muito boa com as palavras... mas gosto de tentar escrever! rs
Para quem ainda não viu e não sabe nada a respeito, "Deixa ela entrar" (Lat den rätte komma in) é um filme sueco de 2008 que chegou por aqui na Mostra Internacional de Cinema e "Deixe-me entrar (Let me in) é uma refilmagem da mesma história feito por americanos em 2010.
Gosto muito dos dois filmes, mas é evidente que o segundo é desnecessário. Como o próprio diretor do filme sueco disse, bem que os americanos poderiam se contentar em ler as legendas!
O motivo do meu comentário é que os dois são praticamente iguais. Sei que ambos foram feitos a partir de uma mesma história, o best seller escrito em 2004 por Johj Ajvide, que também assina no roteiro da versão original (e colabora para a versão americana), mas bem que o segundo poderia ter sido um pouco diferente... (ou não existente! rs).
Trata-se de uma história de vampiros, ou melhor, do envolvimento de uma vampira com um garoto comum. Opa! Isso parece Crepúsculo!!! Calma! Gostaria de enfatizar que a semelhança termina por ai. Nesse filme os vampiros são seres que precisam de sangue humano, não podem ser expostos à luz do sol e precisam ser convidados para entrar nos lugares. Ou seja, a boa e velha tradição vampiresca! Nada daqueles vampiros vegetarianos que brilham ao sol.
O menino Oskar (Owen na versão americana), de 12 anos, vive com sua mãe divorciada em um conjunto simples de apartamentos no suburbio de Estocolmo. Ele é muito sozinho e sofre com a perseguição de alguns garotos metidos a valentões da escola. Em sua solidão, imagina-se agredindo seus agressores com uma faca, numa espécie de válvula de escape. Evita falar sobre isso com a mãe e, sempre que aparece machucado (por causa dos meninos) inventa histórias, para não admitir que é uma vítima. Acontece que chega no conjunto onde ele mora uma menina um pouco estranha, a pequena Eli (Abby na versão americana). Eles acabam ficando amigos, já que os dois tem problemas... e são solitários. A doce garota é na verdade uma vampira que precisa de sangue pra sobreviver. Ela vive com um homem que a protege. Ele não é um vampiro, mas sai em busca de sangue para levar a ela. Acontece que ele já não está tão em forma e se atrapalha para conseguir o que precisa, obrigando a menina a ter que resolver seu problema sozinha.
Bom, se contar mais acabo entregando a história! E não é essa a intenção. Acredito realmente que "Deixa ela entrar" deva ser visto por todos aqueles que gostem de cinema fantástico, histórias de vampiros ou simplesmente bons filmes que falem de amor e amizade.
Algo que me chama muito a atenção é a montagem dos filmes. No original, as cores são frias, combinando com o clima frio das cenas, tão cheias de neve. Não há muitos efeitos especiais e as coisas acontecem tão poeticamente (sobretudo a trilha sonora) que nem achamos ruim, pelo contrário... nem é necessário. Os atores escolhidos para os papais principais, os dois adolescentes, são ótimos! Além disso caem como uma luva para a história: Oskar, lorinho, com carinha de anjo... fraco e até mesmo com um rosto meio feminino. Eli, morena, com olhos grandes e traços fortes e masculinos.
Na versão americana, as cores são mais avermelhadas - apesar da história também se passar no frio, com muita neve. O menino Owen também tem uma carinha de frágil, mas a menina também tem. Abby é tão lindinha que dá vontade de abraçá-la... mesmo quando está toda suja de sangue. Acho que isso tira um pouco das "entrelinhas" do filme original (nas duas versões, em um determinado momento, ela diz ao menino que "não é uma garota"... claro que muitos pensam: claro que não, ela é uma vampira! Mas na versão origal há mais do que isso!).
Algumas pessoas não gostaram da versão americana. Penso que muito disso foi a birra causada por terem refilmado um filme tão perfeito (e tão recente). Eu já disse que acho desnecessária a cópia americana, mas tenho que assumir que gostei dela também. Gosto mais da versão do filme americano para a segunda tentativa de obter sangue pelo "cuidador" da menina... e também a cena da piscina é mais emocionante e sangrenta. Outra coisa que há na versão original que foi tirada no remake foi a cena dos gatos... quem ver os dois provavelmente concordará comigo: a cena é interessante... mas um pouco inverossível, afinal de contas, alguém que acabou de ser atacado... e está sangrando não iria pra casa pra depois ir a casa de um amigo... iria direto ao hospital!
Em uma época em que tanto se fala de bullyng, esse é um filme que mostra a revanche do zuado! O garoto franzino que é sacaneado pelos mais fortes, zuado e humilhado, resolve mudar as coisas e se vingar. Em uma cena (nos dois filmes) a menina diz que ele precisa revidar, que enquanto ele não revidar, os garotos não pararão de atormentá-lo. Que ele precisa enfrentá-los para impor respeito... e que se não der certo, ela o ajudará.
Mais do que um filme de vampiros, é portanto uma história de um garoto triste. É a história de uma amizade que vai além de preconceitos. Os dois são diferentes. Os dois são excluídos. Não há nessa história o glamour dos vampiros tradicionais, mas mostra a dificuldade de ser diferente em um mundo em que todos querem ser iguais. Em um determinado momento quando Eli (Abby) pergunta a Oskar (Owen) se ele ficaria com ela mesmo que ela não fosse uma garota, ele diz que sim. Ele não está envolvido pela garota, mas pela pessoa que ela é.
Vejam, comentem.
Não sou muito boa com as palavras... mas gosto de tentar escrever! rs