Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar claro que este blog não se pretende ser um veículo de críticas e análises profundas sobre filmes de terror. É apenas um lugar em que venho e escrevo sobre algo que gosto do jeito que eu quero - afinal, a liberdade da internet me permite isso.
Ontem fui assistir o comentado (tanto pelo bem como pelo mal) ÚLTIMO EXORCISMO. Sai de casa sem muitas expectativas, afinal já tinha lido várias críticas negativas e, apesar de ter lido e ouvido coisas positivas também, achei melhor somente me sentar na frente da tela e esperar para tirar minhas próprias conclusões.
Já aviso que este post terá spoilers, pois não posso deixar minha opinião se não colocar alguns.
O filme se pretende ser um falso documentário (o que na minha opinião já é uma ideia bastante batida), mas ok... por que o que vemos não é uma fita "encontrada", mas um documentário editado, com créditos, trilha sonora e edição. Ok, isso não me incomodou.). Ele começa com a história do reverendo Cotton Marcus, um pastor celebridade que atrai muita gente pras suas pregações pelo seu estilo engraçado, empolgante e alegre. O fato é que ele não acredita mais naquilo tudo mas mesmo assim, continua (já que, como ele mesmo diz, se acostumou e tem uma família para sustentar). Acrescente a isso o fato dele ser um exorcista.
É bem interessante o ponto de vista dele sobre isso, já que não acredita nisso. Pra ele o exorcismo é muito mais como um placebo, mas algumas pessoas precisavam daquilo, por acreditar que realmente estavam possuídas. E por isso ele continua fazendo. Dos tantos exorcismo que acontecem no mundo todo (feitos por pessoas de várias religiões) alguns não são bem sucedidos. Um garotinho tinha morrido asfixiado em um (que não tinha sido ele que fez), mas aquilo o deixou mal. Ele tinha um filho da mesma idade e começou a ter pesadelos em que ele, em um exorcismo, sufoca o próprio filho com uma sacola plástica. - Todas essas coisas são contadas por Cotton no documentário (não tem cenas de flash back).
Ele recebia muitas cartas de pedidos de famílias desesperadas e resolve levar o grupo de documentaristas com ele para mostrar como realizava o exorcismo, para mostrar como tudo era uma farsa, mas que funcionava.
Saem, então, para encontrar a família Sweetzer (formada por 3 pessoas: Louis, o pai - um cara super crente e cristão ortodoxo; o filho Caleb, um adolescente super estranho e a filha Nell, a supostamente possuída). Louis perdeu a esposa anos antes e desde então cria sozinho seus dois filhos. Comenta sobre a dificuldade em fazer isso e revela que tirou Nell da escola para educá-la em casa. A garota matava animais durante a noite e não se lembrava dos feitos na manhã seguinte...
Reverendo Cotton decide realizar o exorcismo (e usa de todo seu arsenal de charlatanismo para mostrar como ele acontece - isso inclui gravações em latim, sons de demônios, anéis que dão choque, um crucifixo que solta fumaça, fios fazem com que coisas balancem...). Depois do "show", e de tudo parecer bem e resolvido, eles vão embora pra um motel e, no meio da noite... do nada, a menina Nell aparece no quarto de Cotton. Ela passa mal (vómito) e eles a levam pra um hospital. O pai não autoriza a realização de testes psiquiátricos por não acreditar na medicina tradicional (já que esta não conseguiu salvar sua esposa), acredita profundamente que a menina continua possuída. Cotton se desespera por acreditar que a menina sofre graves transtornos psicológicos... e essa crença é acentuada, quando ligam do hospital dizendo pra suspender um dos remédios prescritos, já que quem os prescreveu não sabia que a menina estava grávida! Pois é... grávida!
Cotton e a equipe acreditam que ai é que mora o problema da garota: foi estuprada pelo próprio pai (que, convenhamos, é mais maluco que ela... além de ser um bêbado). Os acessos de fúria da menina continuam e a preocupação por seu bem estar só aumenta. Cotton sente-se responsável por ajudá-la.
Contam pro pai sobre a gravidez e ele, crente até o fim, acredita que sua filha foi "profanada" pelo capeta. Não quer, de jeito nenhum, acreditar que ela possa ter problemas mentais. E... claro, não assumiria tê-la engravidado caso o tivesse feito.
Caleb é atingido pela menina em outro acesso de fúria (ela o corta no rosto) e escreve um bilhete desesperado para Cotton - "Não a deixe sozinha com ele". Isso acentua as suspeitas do reverendo e da equipe técnica sobre Louis.
Ah, já ia me esquecendo: a menina faz uns desenhos meios estranhos (ela diz que não se lembra de tê-los feito...)
Enquanto o pai está com o filho no hospital (pra "arrumar" o estrago feito pela menina), Nell tem outro acesso... levanta da cama, rouba a câmera deles (que estavam dormindo), vai até o celeiro e mata um gatinho (é a cena mais "forte" do filme). O pobre bichano é morto com a câmera... sim, ela bate várias vezes nele com a câmera, que fica ensanguentada. Depois volta pra casa e tenta se aproximar de Cotton, mas é surpreendida pela equipe. Todos acordam, percebem o que aconteceu... (eles assistem o que ela gravou... isso não aparece, mas sabemos disso porque comentam sobre o gato). A menina é trancada no quarto...
O pai chega e se desespera com a situação e diz que se eles não forem fazer o exorcismo, devem sair de sua propriedade que ele mesmo resolverá tudo do jeito dele (detalhe: matando a menina, já que Cotton diz, no começo, que só existem duas saídas para se livrar daquele demônio: o exorcismo ou a morte).
Cotton resolve ajudar (para tentar salvá-la) e vão todos para mais um exorcismo. Só que dessa vez, a menina se contorce toda... (e faz aquele movimento do cartaz! Nossa... quanto alongamento! - Já que comentam por ai que a atriz Ashley Bell fez todas essas posições sem precisar de dublês ou efeitos especiais!). Cotton questiona o tal demônio que fala pela menina... dizendo ser só uma criança que não sabe o que fala. Depois de alguma enrolação e nenhum clímax, aparece na fazenda o pastor da cidade com sua ajudante (que tinha algumas diferenças com Louis, mas que mesmo assim resolve ajudar a família); estão todos no quarto conversando sobre a gravidez dela... e a menina comenta sobre um Logan, menino que trabalhava na fazenda e que a seduziu. Tudo parece ter se resolvido. Ela desabafou, e agora poderá ficar mais leve e tranquila.
Mas Cotton, antes de ir embora, decide procurar o tal Logan... nisso descobre que ele é gay e que só a viu uma vez, há uns meses numa festa da igreja.
Bom... mas como se ela não ia mais a igreja? Ou ela ia e mentia pro pai? Será que ela estava escondendo alguma coisa? Será que era realmente o pai o maluco que a engravidou? Ou teria sido outra pessoa? O irmão Caleb?
Intrigado, Cotton decide voltar à fazenda... apesar da equipe não estar a vontade. Voltam. A casa está vazia... mas percebem que foi toda "profanada" com símbolos satânicos (pentagramas e outros símbolos que já vi em livros de bruxaria). Mas a casa está vazia. Ouvem gritos e percebem uma fogueira.
Oh! Há uma galera ali, no meio do mato realizando uma espécie de ritual satânico conduzido pelo pastor!!! Nell está amarrada a uma mesa (altar) e seu pai, vendado, amarrado a uma árvore. O pastor (e satanista?) retira da menina um feto (aborto?) que diz ser o demônio! Joga o bebê (que é tão pequeno que mais parece um feto mal formado) na fogueira e o fogo aumenta. Cotton decide ir até eles e, aparentemente em dúvida (Oh, será que é tudo verdade! Será que essas coisas realmente existem!) pega seu crucifixo e vai lutar contra o demônio. Os outros dois da equipe tentam fugir mas são capturados pelos fanáticos.
E é isso.
O cameramen corre, corre, corre... A câmera filma o chão, tá escuro (muuuuuito Bruxa de Blair) e, quando para, vira pra olhar pro outro lado e vê Caleb (sim, o irmão estranho) com uma faca... e este corta sua cabeça (é o que parece) e a câmera cai. Acabou o filme.
Bom, pra mim é um filme quase bom. Tinha tudo pra ser bom. A ideia era boa... (apesar de não ser inédita). Esse negócio de questionar a fé, o fanatismo, de mostrar o charlatanismo de padres e pastores... de nos fazer ficar na dúvida sobre a veracidade dos fatos... Se Nell estava realmente possuída ou se seus problemas vinham de questões psiquiátricas (causados por abuso sexual, a morte da mãe, o isolamento).
Pra mim o filme "cagou no pau" em fazer o fim como a gatota tinha previsto em seus desenhos. Isso tirou a possibilidade da dúvida (que na minha opinião teria sido muito mais interessante, gerando várias discussões). Ok, o gatinho que ela desenha... beleza. Afinal de contas, foi ela que matou o bichano e aquilo poderia ter sido um ato inconsciente. Mas ah... colocar Cotton com o crucifixo cercado pelo fogo! Ah... foi exatamente assim sua última cena! E a moça em pedaços e o cameramen decapitado! Ah... me decepcionei (e... nem mostraram as cenas, pelo menos se mostrassem teriam agradado a galera que gosta de sangue nos filmes).
O fato é que pra mim teria sido muito mais legal se a gente tivesse a dúvida reforçada. Eu, por exemplo, quando vi o pastor ali, conduzindo um ritual pensei: que legal! Foi ele quem estuprou a menina!! Legal, o filme vai criticar esses tantos padres e pastores que abusam sexualmente de crianças e adolescentes! Foi ele e, por ser quem é, pode ter conseguido fazer com que Caleb pensasse mal do pai... achando que o pai fosse um monstro, que ele era mal e o responsável pelo que vinha acontecendo a Nell. Não seria difícil convencer um adolescente estranho, ainda tocado pela morte da mãe que o pai é mal (ainda mais um pai como o Louis, todo estranho).
Além disso, poderia sim ficar a ideia de real possessão... que demônios existem e a menina tinha sido escolhida pra mãe do filho da besta!
O fato é que se eles não deixassem claro, a discussão prevaleceria... mas com o fim que fizeram, fica só... "viu, era tudo verdade! Tenham fé em Deus! Acreditem no diabo!"
Ah... raso, superficial demais.
O filme poderia ter acabado com eles indo embora... sem morrer... Ou então sendo sim perseguidos pela turma do pastor... mas com a câmera caindo, quebrando e parando de gravar... (mas ai... como eles teriam as imagens? E mesmo na situação proposta pelo diretor... como eles teriam as imagens??? A câmera e todo o material da equipe escaparam miraculosamente? Se eles os mataram, destruiriam as provas disso!).
Seria muito mais real se a equipe fosse embora correndo, ok... desligasse a câmera e fossem editar todo o material pra gente ver o que vimos no cinema.
Enfim, se vale a pena ver o filme... sim, vale. Mas sem expectativas.
Como eu disse, gostei do filme até os minutos finais... e, bom, isso não foi a primeira e nem será a última vez que acontecerá.
Precisamos de roteiristas bons e corajosos! Ousados e criativos!!!
Nota 3,5 (de 5)
Ontem fui assistir o comentado (tanto pelo bem como pelo mal) ÚLTIMO EXORCISMO. Sai de casa sem muitas expectativas, afinal já tinha lido várias críticas negativas e, apesar de ter lido e ouvido coisas positivas também, achei melhor somente me sentar na frente da tela e esperar para tirar minhas próprias conclusões.
Já aviso que este post terá spoilers, pois não posso deixar minha opinião se não colocar alguns.
O filme se pretende ser um falso documentário (o que na minha opinião já é uma ideia bastante batida), mas ok... por que o que vemos não é uma fita "encontrada", mas um documentário editado, com créditos, trilha sonora e edição. Ok, isso não me incomodou.). Ele começa com a história do reverendo Cotton Marcus, um pastor celebridade que atrai muita gente pras suas pregações pelo seu estilo engraçado, empolgante e alegre. O fato é que ele não acredita mais naquilo tudo mas mesmo assim, continua (já que, como ele mesmo diz, se acostumou e tem uma família para sustentar). Acrescente a isso o fato dele ser um exorcista.
É bem interessante o ponto de vista dele sobre isso, já que não acredita nisso. Pra ele o exorcismo é muito mais como um placebo, mas algumas pessoas precisavam daquilo, por acreditar que realmente estavam possuídas. E por isso ele continua fazendo. Dos tantos exorcismo que acontecem no mundo todo (feitos por pessoas de várias religiões) alguns não são bem sucedidos. Um garotinho tinha morrido asfixiado em um (que não tinha sido ele que fez), mas aquilo o deixou mal. Ele tinha um filho da mesma idade e começou a ter pesadelos em que ele, em um exorcismo, sufoca o próprio filho com uma sacola plástica. - Todas essas coisas são contadas por Cotton no documentário (não tem cenas de flash back).
Ele recebia muitas cartas de pedidos de famílias desesperadas e resolve levar o grupo de documentaristas com ele para mostrar como realizava o exorcismo, para mostrar como tudo era uma farsa, mas que funcionava.
Saem, então, para encontrar a família Sweetzer (formada por 3 pessoas: Louis, o pai - um cara super crente e cristão ortodoxo; o filho Caleb, um adolescente super estranho e a filha Nell, a supostamente possuída). Louis perdeu a esposa anos antes e desde então cria sozinho seus dois filhos. Comenta sobre a dificuldade em fazer isso e revela que tirou Nell da escola para educá-la em casa. A garota matava animais durante a noite e não se lembrava dos feitos na manhã seguinte...
Reverendo Cotton decide realizar o exorcismo (e usa de todo seu arsenal de charlatanismo para mostrar como ele acontece - isso inclui gravações em latim, sons de demônios, anéis que dão choque, um crucifixo que solta fumaça, fios fazem com que coisas balancem...). Depois do "show", e de tudo parecer bem e resolvido, eles vão embora pra um motel e, no meio da noite... do nada, a menina Nell aparece no quarto de Cotton. Ela passa mal (vómito) e eles a levam pra um hospital. O pai não autoriza a realização de testes psiquiátricos por não acreditar na medicina tradicional (já que esta não conseguiu salvar sua esposa), acredita profundamente que a menina continua possuída. Cotton se desespera por acreditar que a menina sofre graves transtornos psicológicos... e essa crença é acentuada, quando ligam do hospital dizendo pra suspender um dos remédios prescritos, já que quem os prescreveu não sabia que a menina estava grávida! Pois é... grávida!
Cotton e a equipe acreditam que ai é que mora o problema da garota: foi estuprada pelo próprio pai (que, convenhamos, é mais maluco que ela... além de ser um bêbado). Os acessos de fúria da menina continuam e a preocupação por seu bem estar só aumenta. Cotton sente-se responsável por ajudá-la.
Contam pro pai sobre a gravidez e ele, crente até o fim, acredita que sua filha foi "profanada" pelo capeta. Não quer, de jeito nenhum, acreditar que ela possa ter problemas mentais. E... claro, não assumiria tê-la engravidado caso o tivesse feito.
Caleb é atingido pela menina em outro acesso de fúria (ela o corta no rosto) e escreve um bilhete desesperado para Cotton - "Não a deixe sozinha com ele". Isso acentua as suspeitas do reverendo e da equipe técnica sobre Louis.
Ah, já ia me esquecendo: a menina faz uns desenhos meios estranhos (ela diz que não se lembra de tê-los feito...)
Enquanto o pai está com o filho no hospital (pra "arrumar" o estrago feito pela menina), Nell tem outro acesso... levanta da cama, rouba a câmera deles (que estavam dormindo), vai até o celeiro e mata um gatinho (é a cena mais "forte" do filme). O pobre bichano é morto com a câmera... sim, ela bate várias vezes nele com a câmera, que fica ensanguentada. Depois volta pra casa e tenta se aproximar de Cotton, mas é surpreendida pela equipe. Todos acordam, percebem o que aconteceu... (eles assistem o que ela gravou... isso não aparece, mas sabemos disso porque comentam sobre o gato). A menina é trancada no quarto...
O pai chega e se desespera com a situação e diz que se eles não forem fazer o exorcismo, devem sair de sua propriedade que ele mesmo resolverá tudo do jeito dele (detalhe: matando a menina, já que Cotton diz, no começo, que só existem duas saídas para se livrar daquele demônio: o exorcismo ou a morte).
Cotton resolve ajudar (para tentar salvá-la) e vão todos para mais um exorcismo. Só que dessa vez, a menina se contorce toda... (e faz aquele movimento do cartaz! Nossa... quanto alongamento! - Já que comentam por ai que a atriz Ashley Bell fez todas essas posições sem precisar de dublês ou efeitos especiais!). Cotton questiona o tal demônio que fala pela menina... dizendo ser só uma criança que não sabe o que fala. Depois de alguma enrolação e nenhum clímax, aparece na fazenda o pastor da cidade com sua ajudante (que tinha algumas diferenças com Louis, mas que mesmo assim resolve ajudar a família); estão todos no quarto conversando sobre a gravidez dela... e a menina comenta sobre um Logan, menino que trabalhava na fazenda e que a seduziu. Tudo parece ter se resolvido. Ela desabafou, e agora poderá ficar mais leve e tranquila.
Mas Cotton, antes de ir embora, decide procurar o tal Logan... nisso descobre que ele é gay e que só a viu uma vez, há uns meses numa festa da igreja.
Bom... mas como se ela não ia mais a igreja? Ou ela ia e mentia pro pai? Será que ela estava escondendo alguma coisa? Será que era realmente o pai o maluco que a engravidou? Ou teria sido outra pessoa? O irmão Caleb?
Intrigado, Cotton decide voltar à fazenda... apesar da equipe não estar a vontade. Voltam. A casa está vazia... mas percebem que foi toda "profanada" com símbolos satânicos (pentagramas e outros símbolos que já vi em livros de bruxaria). Mas a casa está vazia. Ouvem gritos e percebem uma fogueira.
Oh! Há uma galera ali, no meio do mato realizando uma espécie de ritual satânico conduzido pelo pastor!!! Nell está amarrada a uma mesa (altar) e seu pai, vendado, amarrado a uma árvore. O pastor (e satanista?) retira da menina um feto (aborto?) que diz ser o demônio! Joga o bebê (que é tão pequeno que mais parece um feto mal formado) na fogueira e o fogo aumenta. Cotton decide ir até eles e, aparentemente em dúvida (Oh, será que é tudo verdade! Será que essas coisas realmente existem!) pega seu crucifixo e vai lutar contra o demônio. Os outros dois da equipe tentam fugir mas são capturados pelos fanáticos.
E é isso.
O cameramen corre, corre, corre... A câmera filma o chão, tá escuro (muuuuuito Bruxa de Blair) e, quando para, vira pra olhar pro outro lado e vê Caleb (sim, o irmão estranho) com uma faca... e este corta sua cabeça (é o que parece) e a câmera cai. Acabou o filme.
Bom, pra mim é um filme quase bom. Tinha tudo pra ser bom. A ideia era boa... (apesar de não ser inédita). Esse negócio de questionar a fé, o fanatismo, de mostrar o charlatanismo de padres e pastores... de nos fazer ficar na dúvida sobre a veracidade dos fatos... Se Nell estava realmente possuída ou se seus problemas vinham de questões psiquiátricas (causados por abuso sexual, a morte da mãe, o isolamento).
Pra mim o filme "cagou no pau" em fazer o fim como a gatota tinha previsto em seus desenhos. Isso tirou a possibilidade da dúvida (que na minha opinião teria sido muito mais interessante, gerando várias discussões). Ok, o gatinho que ela desenha... beleza. Afinal de contas, foi ela que matou o bichano e aquilo poderia ter sido um ato inconsciente. Mas ah... colocar Cotton com o crucifixo cercado pelo fogo! Ah... foi exatamente assim sua última cena! E a moça em pedaços e o cameramen decapitado! Ah... me decepcionei (e... nem mostraram as cenas, pelo menos se mostrassem teriam agradado a galera que gosta de sangue nos filmes).
O fato é que pra mim teria sido muito mais legal se a gente tivesse a dúvida reforçada. Eu, por exemplo, quando vi o pastor ali, conduzindo um ritual pensei: que legal! Foi ele quem estuprou a menina!! Legal, o filme vai criticar esses tantos padres e pastores que abusam sexualmente de crianças e adolescentes! Foi ele e, por ser quem é, pode ter conseguido fazer com que Caleb pensasse mal do pai... achando que o pai fosse um monstro, que ele era mal e o responsável pelo que vinha acontecendo a Nell. Não seria difícil convencer um adolescente estranho, ainda tocado pela morte da mãe que o pai é mal (ainda mais um pai como o Louis, todo estranho).
Além disso, poderia sim ficar a ideia de real possessão... que demônios existem e a menina tinha sido escolhida pra mãe do filho da besta!
O fato é que se eles não deixassem claro, a discussão prevaleceria... mas com o fim que fizeram, fica só... "viu, era tudo verdade! Tenham fé em Deus! Acreditem no diabo!"
Ah... raso, superficial demais.
O filme poderia ter acabado com eles indo embora... sem morrer... Ou então sendo sim perseguidos pela turma do pastor... mas com a câmera caindo, quebrando e parando de gravar... (mas ai... como eles teriam as imagens? E mesmo na situação proposta pelo diretor... como eles teriam as imagens??? A câmera e todo o material da equipe escaparam miraculosamente? Se eles os mataram, destruiriam as provas disso!).
Seria muito mais real se a equipe fosse embora correndo, ok... desligasse a câmera e fossem editar todo o material pra gente ver o que vimos no cinema.
Enfim, se vale a pena ver o filme... sim, vale. Mas sem expectativas.
Como eu disse, gostei do filme até os minutos finais... e, bom, isso não foi a primeira e nem será a última vez que acontecerá.
Precisamos de roteiristas bons e corajosos! Ousados e criativos!!!
Nota 3,5 (de 5)
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