quarta-feira, 23 de março de 2016

Sobrenatural (Insidious)

Insidious (Sobrenatural) é um filme de 2011 dirigido por James Wan (que estreou na telona em 2004 como diretor em “Jogos Mortais”).
É um filme que deve agradar aqueles que gostam de sustos, fantasmas (que mais parecem bonecos) e um ritmo mais acelerado. Para aqueles que gostam de filmes de terror sobrenatural, com fantasmas, demônios e possessões.


Eu gosto desse filme, mas não acho que seja o melhor de Wan (nenhum se compara ao genial “Jogos Mortais”, e também gosto bem mais de “Invocação do mal”).
O filme conta a história de uma família aparentemente comum: Josh, Renai e seus três filhos Dalton, Foster e a bebê Cali. Josh é professor, Renai cuida da casa, dos filhos e tenta trabalhar com música. Eles acabam de se mudar de casa e, ao explorar o lugar, Dalton vai até o sótão e lá ouve barulhos estranhos. Seu instinto curioso não o faz sair de lá correndo, mas a continuar sua exploração. Uma porta se abre sozinha e ele vê uma figura macabra (ainda assim, não corre de lá). Tenta subir em uma escada para acender a luz, mas cai e se machuca. Depois disso, ele dorme e não acorda, entrando em uma espécie de coma que nenhum médico consegue explicar.
Coisas estranhas continuam a acontecer na casa e a família resolve se mudar. Mas o problema não estava na casa, mas em Dalton.


Não vou entrar em mais detalhes do roteiro, apenas digo que é uma ótima ideia.
Mas vejo alguns defeitos que me chamam a atenção. Por exemplo: o visual do demônio do filme é muito ruim. Me parece só um cara com o corpo pintado de tinta. Não consegue me assustar nem um pouco (muito pelo contrário, principalmente porque eu achei muito parecido com o Darth Maul, de Star Wars). Os fantasmas são interessantes. Têm um ar meio retrô que eu gostei (mas também não me assustaram nem um pouco). O tal reino perdido pra onde Dalton vai também é bem fraquinho. Há sustos (mas um tanto previsíveis).


Esses defeitos de cenários e figurinos devem ser por causa do baixo orçamento do filme (que ficou perto de US$1,5 milhão), bem pouco pra produções cinematográficas.
Outra coisa que me incomodou (eu que sou mãe de um bebê de pouco mais de um ano) foi que eles meio que esquecem a menina. Em várias cenas ela fica sozinha dormindo no quarto. Poxa, as crianças super sentem o que acontecem na casa. Os bebes entendem quando os pais não estão bem. Eu não deixaria meu filho sozinho no quarto se eu acho que tem alguma coisa acontecendo em casa. Ele ficaria ao meu lado o tempo todo.
Dai tem uma hora que eles falam que os outros dois filhos do casal estão com a avó, mas a avó vai pra casa deles... Quem ficou com as crianças??


Apesar dos defeitos citados, acho que é um bom filme. Vale a pena vê-lo sim (se você ainda não viu).
Esse filme tem duas continuações (Capítulo 2, de 2013 e Capítulo 3 – a origem, de 2015).

É um bom filme pra se divertir numa tarde chuvosa, sozinho ou com os amigos.

terça-feira, 22 de março de 2016

O exorcismo de Emily Rose

Este não é exatamente um filme de terror, mas um filme de tribunal.
“O exorcismo de Emily Rose” foi baseado em uma história real, o caso de Anneliese Michel, uma alemã que em 1976, aos 24 anos, morreu (oficialmente) de desidratação e desnutrição. Na verdade, ninguém sabe ao certo o que realmente aconteceu, se foi um caso espiritual ou psiquiátrico.
No caso original, apesar dos diagnósticos médicos apontarem epilepsia associada à esquizofrenia, a família – que era muito religiosa – escolheu seguir apenas com os exorcismos. Depois de sua morte, os dois padres que fizeram os exorcismos e seus pais foram condenados por negligência resultante em morte (homicídio culposo e omissão de socorro).


Essas são as fotos de antes de depois de Anneliese Michel.

Além de “O exorcismo de Emily Rose”, o caso de Annelise também originou um outro filme: “Requiem”, uma produção alemã que eu não vi.
No filme de 2005, dirigido por Scott Derrockson, temos algumas diferenças em relação à história real, mas o sentido de tudo permanece o mesmo.


A jovem Emily morre depois de um ritual de exorcismo e o padre Morre, que cuidou dela, é preso por sua morte. Ao evitar um acordo com a promotoria, foi levado a julgamento. Ele alegava não temer a prisão, mas queria ter a chance de contar a todos o que realmente tinha acontecido à Emily.
O promotor escolhido para o caso era um evangélico muito ativo na comunidade. Era catequista, participava do coro e se dizia um homem de fé. Já a advogada da defesa era uma mulher que tinha suas dúvidas e se considerava agnóstica.
A história de Emily é contada pelas testemunhas do julgamento. Efeito cinematográfico interessante, que acaba sendo quase que um expediente épico (coisa de teatro, desenvolvida por Bertolt Brecht) – somos envolvidos por uma atmosfera de terror, e, quando isso começa a se tornar assustador, voltamos ao tempo presente, ao tribunal.
Claro que o terror não fica somente nos flash backs da história de Emily, já que a advogada também acaba sendo atormentada por algo que ela desconhece.
Estaria Emily possuída pelo demônio ou realmente sofria de alguma psicose?
No tribunal, o médico da universidade afirmou que viu Emily e que um eletroencefalograma revelou um possível foco epilético no lobo temporal esquerdo da jovem. Que tinha prescrito um remédio chamado “Gambutrol” (um medicamento que não existe, que seria usado para epilepsia) e que teria pedido para que a jovem continuasse o tratamento com mais consultas e exames, mas ela não teria voltado alegando que seu problema era espiritual, e que seu padre era da mesma opinião.
Teria sido a falta do remédio, que Emily parou de tomar, que gerou tais alucinações que a levaram a morte? Ou realmente ela estaria possuída pelo demônio?
No filme, suas crises começaram quando ela foi para a universidade. Estava em uma cidade grande, cercada por desconhecidos, descobrindo um mundo grande. Será que não teriam sido esses fatores que desencadearam esses surtos psicóticos? Mas se fosse isso, eles não melhorariam quando ela voltou pra casa dos pais? Ou será que eles melhorariam se ela tivesse continuado com os medicamentos? Será que, como alegou a defesa, o medicamento ao invés de ajuda-la foi o que fez com que o exorcismo não desse certo e, portanto, o que a levou a morte?
Sei por experiência própria que medicamentos psiquiátricos afetam muito a nossa mente e, quando interrompemos o seu uso de modo brusco, eles geram efeitos colaterais muito ruins. Acrescente a isso o fato de Emily ser extremamente cristã e realmente acreditar em forças demoníacas.
Em uma crise de pânico, por exemplo, sentimos estar morrendo. Tudo dói. Realmente parece que coisas sobrenaturais estão acontecendo.
Mas ai eu me questiono (e também a você): será que realmente é tudo criado por um cérebro doente ou será que realmente essas coisas sobrenaturais existem?
Tive uma criação cristã, aprendi desde bem cedo que Deus existe e, consequentemente, também o demônio. Mas ao longo dos anos fui me tornando um pouco cética.
Uma das coisas que eu mais gosto nesse filme é tentar nos mostrar os dois lados. Poderia ser o demônio, mas também poderia não ser. E será que seguir suas crenças, realmente pensando estar fazendo a coisa certa é um crime?
A advogada que tinha acabado de defender um criminoso que foi absolvido por sua incrível defesa, e que descobre que ele era realmente um assassino começa a questionar o valor de seus atos. Começa a questionar o quanto ela errou ao defende-lo. E dentro desses questionamentos, começa a refletir sobre o casso do padre Moore. Mesmo tendo sido culpado pela morte de Emily por negligência, já que teria sido ele quem a aconselhou a não tomar mais os medicamentos, ele teria feito por mal? Será que realmente não valeria a pena defender um homem bom (para se redimir, talvez)? Toda essa reflexão a faz ver coisas estranhas. Seriam manifestações demoníacas ou ela estaria paranoica? Estaria impressionada com a história de Emily e com o sentimento de culpa por ter tirado da prisão um assassino?
Outra questão que o julgamento traz é o fazer caso o paciente recuse o tratamento. Um médico chamado pela promotoria diz que a jovem deveria ter sido levada a força para que fosse submetida a um tratamento mais severo, que deveria ser forçada a se alimentar. Mas será que isso é correto? Será    que realmente devemos forçar alguém a receber um tratamento que não deseja?
No filme, somos levados a crer que Emily realmente estava possuída. Que o demônio existe e que ele pode estar conosco a todo momento. Até mesmo a advogada, que não acreditava, começa a pensar na possibilidade disso tudo ser real. Afinal, ela mesmo vivenciou algumas coisas no mínimo estranhas.
Acho esse um ótimo filme de tribunal. Bem interessante para pensarmos em como os fatos são relativos e como é realmente estreita a linha que separa o real do espiritual.
Voltando ao caso real que originou o filme: nunca saberemos se Anneliese realmente foi possuída ou se sofria de um grave distúrbio psicológico.
Gosto do final desse filme, penso que teria feito o mesmo que os cidadãos do júri.
Mas esse tipo de filme me faz refletir muito sobre os poderes da mente humana e se há, de fato, forças superiores que conseguem interferir no nosso destino.


Ah, para quem gosta de filmes de possessão, aviso que não é exatamente um filme assustador, mas os (poucos) momentos que vemos Emily (numa ótima performance de Jennifer Carpenter) possuída são ótimos!


sábado, 12 de março de 2016

A Bruxa

Ontem fui assistir "A Bruxa". Tinha lido um artigo no "Boca do inferno" que me deixou muito curiosa. Ele falava pra que não fossemos ver o filme no cinema. Evidentemente me deu ainda mais vontade de ver.
Cinema de shopping, sessão lotada.



Gostei muito do filme. Achei sensacional. Gostei da trilha sonora (que me chamou a atenção, por seu caráter contemporâneo, quase música eletroacústica, logo nos primeiros segundos do filme). Adorei a fotografia. Além de ser rodado em lugares belíssimos, gostei bastante do modo como a câmera nos conduzia ao enredo. Adorei os figurinos, todos impecáveis. Adorei os atores, sobretudo a atriz que faz a mãe (que eu já conhecia de Game of thrones).
Achei o filme belíssimo.
Bom, nem parece que estou falando de um filme de terror.
Muito provavelmente a maior parte da plateia que dividiu comigo essa experiência pensou o mesmo. Certamente a geração "jogos mortais" não conseguiu encontrar o terror no filme. Para aqueles que foram em busca de sustos, vísceras, monstros e as mesmas "cartas batidas" de sempre, certam não conseguiram ver além de um filme de drama que estava mais pra filme de arte europeu (e, provavelmente, essas mesmas pessoas também não estavam preparadas para um filme de arte desse tipo).
Se você só gosta do terror descarado, daqueles que vemos pra tomar uns sustos e depois rir de nós mesmos por isso, você não vai gostar da "Bruxa". Se você quer um filme que vai te deixar enjoado e que você vai se sentir obrigado a fechar os olhos em algumas cenas, também não vai gostar. Se pra você o ritmo de um filme de terror deve ser alucinante, vai achar chato e, talvez, sentir sono.
A maioria das pessoas que estavam na sala comigo não gostaram do filme.
A maioria saiu falando mal, colocando defeitos que, pra mim, só poderiam vir de quem não estava preparado para esse tipo de filme. Que esperavam outro tipo de terror... Desses mais enlatados que estamos bem mais acostumados a ver na tela grande.
Mas eu, eu adorei "A Bruxa".
Confesso que, ao perceber o desconforto da plateia quando os créditos começaram a subir, cheguei a pensar que ou eu sou maluca, ou eu sou "professora de artes" demais. Fiquei me questionando se eu tinha realmente achado o filme bom ou se eu só tinha gostado pelo ar mais "cult" que ele tem. Não vou mentir. Eu realmente tenho muito mais repertório de arte e de cinema que muita gente (provavelmente a maioria) daquela sala... talvez até em filmes do gênero - afinal, eu sou uma amante confessa do cinema de horror. Mas enfim, ver todas aquelas pessoas falando mal me fez me sentir meio arrogante... e eu não gosto de me sentir assim.
O fato é que eu gostei. Gostei muito.
Eu vi terror em lugares que, provavelmente, essas pessoas não viram porque têm medo demais em olhar pra dentro de si. O filme toca em assuntos que, a maioria das pessoas, por pura hipocrisia, não relacionam a elas, mas elas estão cheias desses elementos.
É claro que é muito mais fácil a gente ver o filme pensando só naquela família, mas pra mim, do modo como o diretor fez, do modo como ele nos fez ver tudo, não consegui não olhar para mim também. Não consegui não sentir parte de tudo aquilo, cumplice até.
Acho que eu só não grudei ainda mais na poltrona do cinema porque estava preocupada demais em pensar... Pensar e pensar o tempo todo.
A cada ação de cada membro da família eu me via lá... fazendo o mesmo - mesmo que, assumir isso fosse extremamente difícil. Isso me assustou. Isso me deixou com medo da bruxa.
Sai da sala e só não permaneci apavorada porque minha reflexão foi quebrada por jovens (não tão jovens assim) que zombavam do filme... Diziam que tinha sido a pior coisa que viram no cinema nos últimos tempos, que o dinheiro foi jogado no lixo... Que não era um filme de terror... Uma moça até comentou com a outra: "poxa, não levei nem um susto! Quando o filme de terror é bom, consegue dar sustos" (e eu, quieta na minha ira pensava: moça, você não sabe o que é filme de terror). Aquelas vozes quase em coro falando coisas sem sentido em relação ao filme me perturbaram. Me deixaram ainda mais pensativa. Quando elas foram embora, me senti novamente na floresta e, também por isso, quase que me vi cedendo aos fascínios das chamas.
Bom, "A Bruxa" é um filme muito bom para aqueles que conseguem perceber que o terror está além do susto ou do gore. Para aqueles que conseguem perceber o terror em um filme como "O bebê de Rosemary", por exemplo, ele pode ser incrivelmente macabro. Se você consegue perceber que o diretor não só está contando uma história (mas fazendo bem o que se fazia antigamente, quando as famílias contavam histórias em volta de fogueiras... Histórias cheias de metáforas, duplos sentidos, para fazer a gente pensar além do literal) esse filme pode te deixar de cabelos em pé.
Não é um filme pra ir com a galera e dar risada depois.
Não é um filme pra relaxar (tá, pode parecer estranho, mas eu vejo alguns tipos de terror pra relaxar).
Mas a tal bruxa me deu medo. Um medo estranho, diferente, mas intenso. Um medo que, provavelmente, levarei pra sempre comigo a partir de agora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Saw - Jogos Mortais, a série.

Em 2003, James Wan e Leigh Whannel lançaram um curta metragem de 9 minutos chamado SAW. Esse curta serviu para apresentar a ideia aos estúdios de cinema. O tal curta mostra um cara (David) participando do jogo da armadilha de urso invertida. A chave para se livrar dela estava no estômago de um cara desacordado que estava no chão da sala. Ele consegue arrancar a chave lá de dentro e escapa da morte por um triz.

(Aqui está o curta, pra quem nunca viu)



Os dois rodaram por estúdios mostrando o tal curta para tentar rodar o projeto. Conseguiram arrecadar pouco mais de um milhão de dólares (o que é bem pouco pra produção de um filme de longa metragem), e lançaram o filme de modo independente.
O filme foi gravado em apenas 18 dias e estreou no dia 19/01/2004 no Festival de Sundance (um dos mais importantes festivais de cinema independente do mundo, que acontece todos os anos em janeiro).
O filme foi o maior sucesso de bilheteria! (se pensarmos no quanto ele custou). O filme faturou 103 milhões de dólares (e custou 1,2 milhão).
Aqui no Brasil o filme chegou pela Paris Filmes no Halloween de 2004 (estreou dia 29/10). Aqui, quase 400 mil pessoas pagaram ingressos para vê-lo na telona (fora as muitas pessoas que viram o filme apenas pelo computador ou DVD).
Claro que, por conta de todo o sucesso do primeiro filme, não foi difícil conseguir financiamento para o segundo, (que teve orçamento de 4 milhões de dólares, ainda baixo e ainda muito lucrativo, já que faturou quase 150 milhões de dólares), que foi lançado no ano seguinte. Leigh Whannel continuou no projeto, mas sem James Wan. A direção ficou com Darren Lynn. Wan voltou a participar como roteirista no terceiro, de 2006. Esse terceiro saiu bem mais caro (12 milhões), e o lucro foi maior que o segundo (USD 164.800.000), porém a porcentagem de lucro já estava caindo (mas ainda era um projeto muito lucrativo). Não a toa, em 2007 já estavam lançando o quarto filme.
A dupla original (Wen e Whannel) não fizeram parte do projeto. Darren Lynn continuou na direção, mas o roteiro foi escrito por outras pessoas: Patrick Melton e Marcus Dunstan (que até então, até onde achei no IMDB, só tinham feito (juntos também) o roteiro de um filme trash chamado “Feast”, que saiu aqui no Brasil como “Banquete no inferno” -  não vi esse filme) e Thomas H. Felton (que já havia feito alguns papéis como ator na TV e no cinema sem grande destaque). Ou seja, a coisa podia dar muito errado. Não é que eu não ache que o fato deles serem pessoas iniciantes é um problema, mas continuar a série sem nenhum dos criadores originais, sim.
O quarto filme custou um pouco mais barato que o terceiro (10 milhões), mas faturou menos (pouco menos de 140 milhões) Apesar do lucro ter caído, Saw ainda era um produto muito lucrativo. Não a toa, em 2008, mais um filme foi lançado, o quinto. A quinta produção contou com a direção de David Hackl (que foi designer de produção de Saw II, III e IV – únicas coisas que tem no seu currículo no IMDB) e roteiro de Marcus Dunstan e Patric Melton (que estavam na equipe do filme de 2007). O quinto filme custou praticamente o mesmo que o quarto, mas o faturamento foi ainda menor, USD 113.864.059.
No ano seguinte, para “manter a tradição”, mais um “Saw” lançado para o Halloween. Mais uma vez o roteiro ficou com a dupla Dubstan e Melton. A direção foi pra mão de Kevin Greutert (que tinha sido o editor de todos os filmes anteriores). Esse filme foi ainda pior que os outros se levarmos em consideração a receita obtida: pouco mais de 68 milhões de dólares, para um filme com orçamento de 11 milhões. Apesar da “queda livre” dos lucros, ainda era algo lucrativo.
Em 2010 a franquia chegaria ao fim com “Saw 3D – the final chapter”. A direção mais uma vez ficou nas mãos de Kevin Greutert e o roteiro com a dupla Dunstan e Melton. Esse foi o mais caro filme da série, provavelmente por conter a tecnologia 3D (que no fim, me pareceu absolutamente desnecessária). O faturamento aumentou em relação aos últimos filmes da série, ainda assim, não foi o mais lucrativo da franquia, ficando em pouco mais de 136 milhões de dólares.
Apesar de muitos altos e baixos, posso dizer que Saw se tornou um ícone do cinema de terror.
A partir de 2004 começamos a ver várias outras produções de terror “gore” nos cinemas, certamente por influência da série.

Em 2010, escrevi aqui no blog um texto sobre a série.
LINK DO POST AQUI!
Ainda não tinha visto o sétimo e último filme e, na ocasião, tinha dito que voltaria ao blog para escrever sobre ele e para fazer minhas considerações finais.

Também pretendia contar toda a história de modo cronológico, sem seguir necessariamente a ordem dos filmes, mas dos acontecimentos e apresentar os furos e erros de continuação do roteiro como um todo. Acho que pra fazer essa parte teria que rever todos eles e fazer minhas anotações (pq confesso que já não me lembro mais dos detalhes). Em 2010, antes de ver Saw 3D eu fiz uma maratona dos seis filmes e tinha feito tais anotações, mas elas se perderam nesse tempo.

5 anos depois do fim, volto aqui (motivada por uma lembrança do Facebook) para ao menos falar minha opinião sobre o fim – depois de tê-lo revisto. Só tinha visto no cinema (a versão 3D, ao lado de dois rapazes de uns 20 anos de um lado e um casal de namorados de uns 20 e poucos do outro. Ainda me lembro da reação dessas 4 pessoas ao filme... da cara de nojo da moça ao me ver comer calmamente minha pipoca enquanto as cenas se passavam, ao me ouvir rir em alguns momentos e não fechar os olhos em nenhum. Fazer o quê se eu realmente gosto de filmes de terror – inclusive dos gore?! Enfim, hoje revi o filme (arrumei um tempinho – raro agora que sou mãe de um bebê de quase 1 ano).

Eu gostei sim do sétimo filme, muito mais do mesmo, mas realmente acho que não tinha como ser diferente. Gostei de como acabou. Nos deixou a dúvida se as mortes continuaram ou não... Por ex, o jogo do começo não estava (até onde pude perceber) nos projetos de John. Seria uma continuação dos jogos pelos seus seguidores? Seria um “gran finale” pensado por John, por isso ser em público, em frente de uma grande plateia (que não conseguia impedir nada). Enfim, não sei. Mas gosto de pensar nessa segunda hipótese (que isso, de ser em público, tinha sido uma ideia que John comentou com Dr Gordon e ele resolveu pôr em prática, com auxílio daquelas outras pessoas, para (de certa forma), homenagear John Kramer. Penso que isso pode se relacionar ao cartaz principal do filme, que mostra uma estátua dele (imensa) sendo erguida no meio da cidade.
Claro que não gostei de tudo: fiquei meio chateada com a morte de todos aqueles policiais. Mas gostei bastante, por exemplo, de ver Hoffman (ele sim um vilão típico, malvado por natureza) sendo trancado no banheiro (do primeiro Saw) por Dr Gordon – que, pelo jeito, realmente acreditava nas razões de John e em toda aquela história de reabilitação e redenção (que tanto comentei no outro post).



O fato é que também já foi divulgado na mídia que o tal “final chapter” não será realmente um capítulo final. A dupla que criou a ideia original (James Wan e Leigh Whannell), depois de ter conseguido ganhar seu espaço no cinema (eles tinham muito medo de ficarem conhecidos como “os caras dos jogos mortais”), eles decidiram voltar! Só pra comentar, James Wan foi o diretor do ótimo “Invocação do Mal” e do também muito bom “Sobrenatural” (que tem o roteiro de Leigh Whannell). Wan também dirigiu depois de “Saw” alguns outros filmes como “Sentença de morte”, “Gritos Mortais” e “Velozes e furiosos 7”. Além disso está dirigindo alguns filmes previstos para serem lançados ano que vem: “Robotech” (filme de ação e ficção científica), “Invocação do Mal 2” e “Aquaman”. Já Leigh Whannell se lançou como diretor esse ano com “Sobrenatural: a origem” (que eu ainda não vi). Como roteirista, depois de “Jogos Mortais”, escreveu (como já comentei) “Sobrenatual” (e também o “2” e “a origem”), “Gritos Mortais” (dirigido por Wan) e “Cooties” (que também é de terror, mas eu não vi).
Parece que para o próximo filme John Kramer estará de volta (já que, pelo que parece, o ator Tobin Bell está no elenco). Mas sei lá se essa informação são apenas rumores ou fatos concretos. “Saw 8” aparece no IMDB... Mas até agora não achei nada concreto sobre gravações ou algo do gênero na internet. Pelo jeito, se realmente for rolar, deverá ser filmado em poucos dias, como os outros, e as gravações só começarão ano que vem.

Que venha!
E tomara que, depois de terem outras experiências no cinema de terror, essa dupla mega criativa (afinal, vamos combinar, que antes de “Saw” ser lançado em 2004 estávamos com filmes bem do gênero ruinzinhos), consiga reviver Jigsaw e nos deixar arrepiados na poltrona do cinema!