terça-feira, 19 de julho de 2011

O Exorcista - o início

Esses dias eu vi na tv o filme "O Exorcista, o início"... apesar de ser muito fã do filme original, de 1973 nunca tinha visto esse que se propõe a explicar como padre Merrin encontra o demônio pela primeira vez.

Este filme de 2004 dirigido por Renny Harlin (de "A hora do pesadelo 4: o mestre dos sonhos" e "O pacto", entre outros) e com roteiro de William Wisher Jr e Caleb Carr (baseado nos personagens criados por William Peter Blatty - que escreveu o romance e o roteiro de "O Exorcista") não é um filme do tamanho ou da importância do primeiro, mas ainda assim tem alguns elementos que fazem dele digno de ser visto por aqueles que gostam de filmes de terror.
Como se trata de um prólogo de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, seria realmente muito difícil agradar a todos. Mas repito, vale a pena sim!

Em "O Exorcista" vemos o embate de Marrin já idoso, junto com o jovem padre Karras, contra o demônio Pazuzo que tinha se apossado do corpo da menina Regan. O demônio já conhecia Merrin e pede que o chamem... mas, ficava a dúvida de onde, quando e como eles se conheceram.


O filme "O início" tenta responder essa questão. Somos levados à 1949. Merrin tinha deixado a batina, era agora somente um arqueólogo (como ele mesmo diz em determinado momento, ele estava mais interessado nas provas físicas e materiais do que na fé). Vivia no Cairo, Egito e era assombrado por pesadelos do que viveu na segunda guerra. Foi obrigado, por nazistas, a escolher dez pessoas para morrerem... se ele não fizesse isso, todos morreriam. Isso abalou demais aquele homem e fez com que perdesse sua fé. O soldado disse a ele, naquele momento "Deus não está aqui hoje, padre!" (frase que será repetida pelo demônio).
Merrin é convidado por um colecionador de antiguidades para participar de uma expedição no Quênia, numa remota região próxima à tribo Turkana. A região ainda era uma colônia sob o domínio militar inglês. Seu objetivo seria resgatar um artefato que poderia estar enterrado em uma misteriosa igreja descoberta em um sítio arqueológico.
Pois é, super misteriosa mesmo! Essa igreja estava totalmente enterrada... e eles queriam descobrir o motivo disso tudo (já que era bastante difícil encontrar igrejas desse tipo em regiões tão distantes de Roma).
Merrin é recepcionado pelo jovem padre Francis, que tinha sido enviado pelo Vaticano para estudar e investigar a tal igreja e, por Chuma, um nativo que serviria como intérprete.
Lá na aldeia ele conhece uma série de personagens que vão participar dos acontecimentos: por exemplo, o arrogante Jeffries, inglês líder das escavações; um nativo (que eu não lembro o nome, sorry!) que tem dois filhos pequenos, e que oferece sua casa como hospedagem e, claro, a médica Sarah - que está lá em missão humanitária (e que tinha passado por um campo de concentração)
O clima é bastante turbulento, já que os nativos não gostam da ideia de escavar aquele lugar. Eles dizem que é maldito e que as pessoas estão morrendo por que os ingleses estão mexendo onde não deviam. Há também o fato de que os nativos não estão contentes com a falta de liberdade imposta pelo domínio inglês: ou seja, o lugar é uma espécie de barril de pólvora!
Quando Merrin consegue entrar na igreja enterrada, descobre sinais de profanação. A cruz, por exemplo, tinha sido quebrada e colocada de cabeça para baixo (além de estranhas ilustrações em suas paredes). Também descobre uma misteriosa galeria subterrânea, onde encontra um local utilizado para sacrifícios humanos (é a primeira vez que vemos a escultura do demônio que aparece no filme "O exorcista"). Busca mais informações sobre o lugar e pergunta sobre o antigo arqueólogo que coordenava as escavações e descobre que ele tinha enlouquecido depois que entrou lá. Ele estava internado em um sanatório em Nairobi, dirigido pelo Padre Gionetti. O padre conta a Merrin o que realmente está acontecendo lá, e vem com um papo de que quando Lúcifer, que era um anjo, caiu... foi lá! Entrega para Merrin um livro de exorcismo e diz que ele vai precisar... Merrin diz que não é mais padre, mas Gionetti diz que ele precisa ser. A partir dai a coisa começa a esquentar!


O tal arqueólogo que enlouqueceu, se mata (e diz que está se libertando). Um dos meninos (filho do nativo que esqueci o nome) é atacado (e destroçado) por um bando de hienas (e o outro não! o que faz com que os nativos pensem que ele está tomado pelo demônio). O filho do líder Turkana nasce todo coberto de vermes e desfigurado (e morto). Também temos várias outras cenas fortes, incluindo um corpo pendurado na igreja, em decomposição, sendo devorado por corvos... e, claro, o embate entre Merrin e o "coisa ruim"! Ele precisa encontrar dentro de si a fé que tinha perdido para poder lidar com tudo aquilo... precisa voltar a ser o "padre" Merrin.
E, realmente, num momento de desespero, busca Deus e o encontra!


Bom, acho que o filme é um tanto politicamente correto - como a maioria dos filmes que trazem o demônio como vilão da história! É uma forma de dizer que Deus é a salvação e que mesmo que pequemos (percamos nossa fé, caiamos em tentação) ainda poderemos ser salvos se nos arrependermos de nossos pecados e acreditarmos em Deus! (As vezes penso que esses filmes deveriam ser exibidos em igrejas, pois são grandes exemplos de publicidade pró Deus!)

Gostaria de enfatizar uma ousadia desse filme: a morte do molequinho pelas hienas!!! Uau! Primeiro porque a cena é muito boa, segundo porque é uma criança! Geralmente as crianças não aparecem sendo mortas nos filmes de terror... e nesse, elas aparecem! - Falei no plural porque também tem uma menininha que é assassinada friamente por um soldado nazista na frente de Merrin na segunda guerra (cena que ele sempre revê em seus pesadelos).


Agora, fala sério... a maquiagem acima é muito ruim!!! Eles quiseram imitar o rosto desfigurado da pequena Regan, mas acho que ficou péssimo!!!

Enfim, vale a pena a pipoca! Não é nenhuma maravilha sensacional... mas vale a pena!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filmes já comentados - I

Vou colocar aqui uma lista com os filmes que já comentei aqui no blog (com links) - em ordem alfabética.


Arraste-me para o inferno
Atividade Paranormal
Carrie, a estranha
Casa de Cera, A
Chave Mestra, A
Cisne Negro
Deixa ela entrar / Deixe-me entrar
Devil
Exorcista, O
Garota Infernal
Halloween
Hora do Espanto, A
Hora do Pesadelo, A (1984)
Hora do Pesadelo, A
Hostel
Iluminado, O
Lobisomem
Orphan
Pânico 4
Poltergeist
Psicose
Pulse
Saw (Jogos Mortais)
Sexta-feira 13
Último exorcismo, O

Por enquanto foram 25 filmes!
E ainda tem vários que estão na minha listinha pra rever e escrever por aqui.

Carrie, a estranha

Em época em que tanto se fala do tal bullying (confesso que esse assunto já me irritou!), não tem como não relacionar com a história da garota Carrie White criada por Stephen King. Já foram feitos dois filmes baseados no livro: um, o mais famoso, de 1976 (com Sissy Spacek e John Travolta no elenco) e um de 2002 (com a loirinha que participou como Claire em Lost, Emilie de Raven). O primeiro, de 1976 foi dirigido pelo prestigiado Brian de Palma, o segundo por um desconhecido David Carson (que atuou em "Pague para entrar, reze para sair").

 

Bom, confesso já de início, que gosto dos dois filmes. Cada um tem seus pontos positivos.
A versão de 2002 foi modernizada, a história foi trazida para os tempos atuais (bom, já não tão atuais assim!). O elenco é jovem e bonito (com exceção de Carrie, que é bem feiosa, coitada!). O clima do filme lembra aqueles seriados jovens! Acho que fez sentido, já que o apse do filme acontece em um colégio de ensino médio. No elenco do filme mais antigo, por mais que a história se passe também num colégio, os atores me parecem mais velhos! Sei lá, talvez seja só impressão minha.
A história de King fala da garota Carrie White que tem uma mãe maluca fanática religiosa. As duas vivem só, e a mãe não quer permitir que Carrie se aproxime das outras pessoas. Quer que ela se mantenha pura, sem se meter com os pecados e com a imundice que assola a mocidade! Mas com isso ela só consegue que sua filha se transforme em um ser absolutamente estranho. Ela se veste de modo estranho, se comporta de modo estranho, e não se socializa com os outros jovens de sua idade. Com tudo isso, claro, a pobre Carrie sofre com brincadeiras (o tal bulliyng). Só que Carrie é uma garota com poderes paranormais. Ela consegue mover objetos e fazer coisas que não entende exatamente.
A coisa começa a esquentar quando Carrie fica menstruada, um dia na escola, no chuveiro, depois de uma aula de educação física. Ela não fazia ideia que aquilo aconteceria com ela, não sabia nada a respeito (sua mãe não a tinha contado por achar que a menstruação era um castigo de Deus, e por pensar que como criava sua filha para não ser pecadora, ela não seria amaldiçoada com isso). O fato é que a menina pensa que está morrendo e fica desesperada! As outras meninas que já eram menstruadas (ou pelo menos sabiam o que era aquilo) zoam Carrie e ficam gritando pra ela!!!
A professora de educação física da escola fica puta com as meninas e acolhe Carrie, explicando pra ela o que estava acontecendo. Volta a falar com as garotas e as ameaça! Uma delas, Chris, a bonitinha e popular da escola, acha um absurdo ser repreendida e não aceita o castigo. Com isso, o que ela ganha é a proibição de ir no baile do colégio (que estava próximo).

Uma das garotas fica arrependida, e pede para que seu namorado convide a pobre Carrie para ir ao baile. Só que Chris tem um plano para acabar com Carrie, já que ficou absurdamente brava por ter sido impedida de ir ao baile.
Planeja com seu namorado (Travolta, na primeira versão) e outro amigo matar um porco para pecar seu sangue e vísceras, para jogar sobre Carrie, para ridicularizá-la na frente de todos. Para isso, ela teria que ser eleita a rainha do baile (e, claro, Chris daria um jeito de trocar as cédulas dos votos, para ter certeza de que isso aconteceria).


Bom, Carrie vai ao baile, é coroada rainha e... claro, o plano de Chris funciona certinho! O que ela (e ninguém mais ali presente) imaginava é que Carrie tinha poderes paranormais. Cheia de cólera, Carrie começa a destruir o ginásio! Fogo, objetos voando... e claro, muita gente morrendo!
Parece que nada conseguia conter a fúria de Carrie.
Ah, ela também mata sua mãe (e confesso, dá uma sensação boa de alívio! afinal, se Carrie era estranha, se tudo tinha chegado até aquele ponto, a culpa era dela!).

Tenho um pequeno comentário sobre as atrizes que fizeram Carrie. No primeiro, Sissy Spacek é uma Carrie muito bonita! Não faz tanto sentido. A atriz tinha que ser mais feia. Ela fica linda no baile, mas o contraste não é tão grande. No segundo, Angela Bettis é uma Carrie feia pra caramba! ok, que legal! Mas no baile ela não fica linda! Continua feia! hahahahahaha! Acho que ela tinha que ter ficado mais bonita no baile! (é que estou pensando no livro. Nele, a personagem é bem feia, mas no baile ela fica linda - bem aquele esquema de menina feia porque não se arruma, mas quando se arruma fica linda e chama a atenção de todos!).
As atuações de Sissy Spacek e Piper Laurie (como sua mãe) no filme de Brian de Palma são sensacionais!!!



Ah, o filme de 2002 foi feito diretamente para TV (como outras histórias de Stephen King).

Então, nenhum dos dois filmes é assustador! Não chegam a ser exatamente terror (daqueles de dar medo, de ficarmos presos na poltrona... tensos, nem de dar vontade de fechar os olhos para não ver certas cenas!). Carrie é classificado como Terror, mas como disse, é tranquilo! O mais bacana é realmente a questão do sobrenatural!
Pra mim este é um filme triste. Mais do que me assustar, me deixa triste. Triste pela Carrie. Triste por saber que tem vários pais malucos que estragam a vida de seus filhos. Triste por saber que tem muitos adolescentes maus, que são capazes de muitas crueldades... Tá cheio de Carries por ai (sem os poderes paranormais, creio eu)... e o pior é saber que também tem muitas "Chris" e muitas "Margaret White"...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sexta-feira 13

Hoje resolvi rever o primeiro filme da super longa série de terror Sexta-feira 13. Faz tanto tempo que vi pela primeira vez que nem me lembrava mais dos detalhes.

Esse é o primeiro filme que trouxe a história de Jason Voorhees, de um dos maiores vilões de filmes de terror. Confesso que não sou tão fã de Jason, gosto mais do estilo de Freddy Krueger (de "A hora do pesadelo) e de Michael Myers (de "Halloween). Ainda assim, esta é uma série que deve ser respeitada pelos fãs do gênero. Nem todos os filmes da série são bons, alguns eu diria que são ruins... mas de maneira geral, Jason é Jason!!!


Pra quem já viu algum dos filmes da série, mas não o primeiro (de 1980), a história é a seguinte (bom, provavelmente colocarei alguns spoilers... mas como se trata de um filme já histórico, não acho que seja um problema!)
O filme começa em uma noite de 13 de junho de 1958. Somos levados até o Acampamento Cristal Lake (um daqueles acampamentos, como os que temos também por aqui... com atividades de férias pra criançada). As crianças já estão dormindo e um grupo de monitores está cantando canções super típicas de acampamentos (inclusive, quando eu era monitora em um, nós cantávamos uma versão da mesma música!!!) Eis que um casal resolve sair de fininho pra namorar. Mas quando estão quase nos finalmentes, alguém conhecido (mas que não nos é revelado) os surpreende e os mata. Sabemos que os jovens conheciam a pessoa porque eles falam com ela, tentando explicar que não estavam fazendo "nada"!
O tempo passa e somos levados ao tempo presente (bom, presente pra época que o filme foi feito - logo este presente é 1979).
Uma mocinha aparece com uma mochila enorme. Ela está indo pro acampamento Cristal Lake. Foi contratada para cozinhar. Ao parar na cidade para perguntar como chegar até o acampamento, ouve várias histórias de que aquele lugar é amaldiçoado, que é um lugar sangrento, azarado... Ainda assim, a mocinha (que diz que não acredita em fantasmas) ignora todos os avisos e resolve ir pra lá.
Na verdade ela nem chega lá, pois é encontrada pelo assassino (ela pega uma carona com ele, sem saber o que a esperava).
Então conhecemos os outros jovens (vítimas) que estão no acampamento. Steve Christy está tentando reabrir o local, e pra isso contratou alguns jovens monitores para ajudá-lo nos últimos retoques. Ele também não ouviu os avisos, e insistia que seria um ótimo negócio reabrir Cristal Lake.
Os jovens vão morrendo um a um... Como o local é grande e uma chuva torrencial começa a cair por lá, demora bastante pra última sobrevivente (Alice) perceber que os outros estavam mortos.
Então o vilão nos é apresentado (sim, isso mesmo! Nesse primeiro filme nada de maluco com máscara de  hóquei. Quando as mortes acontecem, vemos da perspectiva do assassino, com seus olhos! (algo que já tinha sido feito em Halloween, bem no começo do filme é, de certa forma, imitado neste).


Mas quando só sobre Alice, somos apresentados ao vilão. Ou melhor... à vilã! Isso mesmo, pra quem não sabe, no primeiro filme, Jason não mata ninguém. Quem mata é sua mãe Pamela Voorhees.
Ela conta pra Alice que em 1957, um menino tinha se afogado no lado por descuido de dois monitores que, ao invés de olhar as crianças, estavam namorando. Ela conta que aquela criança era seu filho Jason.
Ela nos conta que foi ela quem matou os dois jovens em 1958... e que matou esses de agora também!
Acontece então uma  perceguição típica dos filmes de terror. A mocinha, ao invés de correr pra estrada e tentar fugir dalí, fica se escondendo por lá mesmo, dentro das cabanas! Além disso, demora pra perceber que os vilões sempre voltam! Mas no fim ela aprende... e consegue cortar a cabeça de Pamela fora!
Entra em um caiaque e acaba adormecendo. Nisso Jason surge da água e a derruba do barquinho. Mas nisso acorda em um hospital. Era tudo um pesadelo (tudo médio, só a parte que Jason a derruba do barco). Aparentemente atormentada, ela pergunta pelo menino, mas o policial diz que não tinha menino nenhum... que eles não encontraram nenhum menino. E ela diz que então ele continua lá!



Bom, essa é a história.
Sean Cunningham (diretor do filme) chegou inclusive a dizer que, a princípio, não existia a ideia de transformar Jason no vilão. Isso acabou vindo depois que esse filme fez muito sucesso.
Eu gosto desse filme, mas acho que ele não consegue manter o suspense como Halloween, por exemplo (que é quase da mesma época). A trilha sonora me parece uma imitação da trilha de Psicose (com batidas bruscas). Eu gosto muito do texto de Victor Miller, mas acredito que faltou um pouco de brilhantismo pro diretor.
Mas ainda assim é um bom filme. Tem cenas de mortes boas (uma das minhas preferidas é a de Jack - interpretado por um joven Kevin Bacon). O machado na cabeça de uma das meninas também é bem legal!



Um clássico. Vale a pena! (mas acho que gosto mais da parte 2 - preciso rever e ai conto pra vocês).